Confesso não compreender o ror de críticas, principalmente porque vindas da esquerda, que se abateu sobre estas afirmações do Secretário de Estado da Saúde. Ou melhor, só as compreender pelo facto da animosidade para com governo ser já tanta que não dá, sequer, para algum dos seus membros ousar abrir a boca para dizer o que quer que seja. E não as compreendo porquê?
- Em primeiro lugar, porque apelar a prevenção das doenças - na medida das capacidades e possibilidades de cada cidadão, está bem de ver -, independentemente de das poupanças assim geradas, é uma atitude correcta, de bom senso e que até está tradicionalmente bem presente no ADN da esquerda política. Mais o será quando o custo dos tratamentos não é suportado maioritariamente pelo utente mas pelos impostos pagos solidariamente por todos os cidadãos (e acho justo que assim o seja).
- Em segundo lugar, e falando agora do apelo de Leal da Costa para que os cidadãos recorram menos aos serviços do SNS, porque todos sabemos muita gente recorre às urgências hospitalares em casos onde tal não é necessário, sendo suficiente uma consulta no Centro de Saúde. Também porque recorrer a consultas no Centro de Saúde apenas quando tal é estritamente necessário - muitas vezes esse recurso é determinado apenas pela iliteracia, pelos baixos níveis educacionais (de que não são responsáveis, frise-se) ou por questões de solidão, quase funcionando o médico como psicólogo e a sala de espera como uma espécie de Centro de Dia - reflecte respeito pelos seus concidadãos, sejam todos os que solidariamente contribuem para o SNS, sejam os que neles trabalham, sejam, por fim, todos os que efectivamente tem necessidade real de atendimento.
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