terça-feira, dezembro 18, 2012

Da veneração mediática por Jesualdo Ferreira

Existe por parte da imprensa desportiva portuguesa uma autêntica veneração por Jesualdo Ferreira, quanto a mim inexplicável e talvez só comparável àquela que existiu durante muito tempo por Carlos Queiroz. E inexplicável porque os sucessos que Jesualdo Ferreira pode apresentar no seu "curriculum" se limitam as três títulos de campeão nacional, duas Taças de Portugal e uma Supertaça Cândido de Oliveira todos eles conquistados ao serviço do FCP, clube onde, por todas as razões, legítimas e menos legítimas, que se conhecem, até António Oliveira e um tal Carlos Alberto Silva tiveram sucesso. Acresce que nas suas incursões europeias, Jesualdo Ferreira nada conseguiu de relevante (antes pelo contrário) na sua passagem por dois clubes da classe média ou média/baixa europeia, Málaga e Panathinaikos. Razões para tal veneração? Enfim, talvez por, tal como acontece com Carlos Queiroz, ser licenciado em educação física, optar sempre por apresentar um ar sério e ter um discurso mais ou menos complexificado mas que a maioria dos jornalistas interpreta como sendo professoral e comunicar "conhecimento", "competência", "idoneidade", "sabedoria" and so on. Um dos mitos em que o futebol português é fértil...

6 comentários:

Queirosiano disse...

E falta acrescentar uma passagem ridícula pelo Bordéus, talvez como adjunto de Toni.

Mas também é venerado por gente que vive no limiar da iliteracia. Uma coisa explica a outra. Não lhe chamam também "professor" ?

JC disse...

Sim, foi como adjunto de Toni. Pois, e curiosamente nunca ouvi chamarem professor a Mourinho, que além de licenciado em EF é "apenas" o melhor treinador português de sempre.

Vic disse...

O motivo, por acaso, até é fácil de identificar: quem sempre fez mais "claque" por JF foi o jornal a Bola, e identificando-o sempre como fazendo parte da "escola" do SLB, como se tal fosse garantia de qualidade.
Por´alguma razão, tanta dificuldade teve para garantir a simpatia dos adeptos do clube do Norte.
Mas como é sabido, Pinto da Costa, gosta de mostrar que há treinadores que triunfam no Porto depois de não conseguirem fazê-lo noutros clubes, como que a querer demonstrar que são os responsáveis dos outros clubes os incompetentes. No caso de JF foi nitidamente para "provocar" LFV.
Já agora, quem tenho ouvido mais elogiar JF têm sido pessoas ligadas ao SLB, facto suficiente para me deixar ainda mais preocupado do que já estava depois de saber da sua contratação pelo meu clube.

Abraço

JC disse...

Oh, meu caro Vic, vocês acordam e adormecem a pensar no SLB. Intervale, homem!Quero lá saber se são mais os benfiquistas a elogiar Jesualdo Ferreira... Limito-me a dizer no "post" que os jornalismo desportivo, em geral (e nem sequer conheço as simpatias clubistas de 95% dos jornalistas), tem veneração por JF e a tentar analisar razões de tal coisa. E pelos vistos, existem tb mtºs "lampiões" que se interrogam sobre essas razões, tal como eu próprio e o leitor Queirosiano.
Abraço

Anónimo disse...

No meu modesto entender, em matéria de veneração, Jesualdo é um deus se comparado com Queiroz, este que, ao contrário daquele, sempre contou com alguns detractores na imprensas.

Exceptuados os mundiais de jovens, Queiroz colecciona fracassos e é um caso digno de menção no Guiness Book pela extraordinário façanha de um treinador principal do Real Madrid ser promovido a treinador adjunto de outro clube qualquer.

Treina hoje o Irão que corre o risco de ficar fora do próximo Mundial, classificado que está atrás de colossos do futebol como o Uzbequistão, com quem perdeu em casa, e a Coreia do Sul.

Ahmadinejad e os Ai-a-tolas já coçam as tolas , apreensivos que estão pelo desaire futebolístico do Irão. Podem os ditos estarem um passo de ter uma bomba nuclear porém, em futebol e com Queiroz, baixaram ao nível da pólvora seca frustrando as minhas expectativas de ver o Irão de Queiroz no grupo de Portugal.

Ainda bem para Queiroz que a sharia não contém sanções para desaires desportivos o que explica que a respectiva tola ainda não tenha rolado, da selecção do Irão, claro.
Mas se vier a rolar lá virá mais uma choruda indemnização, um negócio puro e duro em que se especializou ,exponencialmente maior que o melódico e inocente dueto Carlos do Carmo/ M.J. Pires.

Salvé e Amen pois para o Jesualdo.

Cumprimentos
JR

JC disse...

"Ceci n'empêche pas cela". Isto é, um endeusamento não impede o outro, e um negócio tb não!
Cumprimentos