sexta-feira, dezembro 21, 2012

Algumas perguntas a propósito da não-venda da TAP

  1. Aceitamos como "boa" a explicação sobre as garantias bancárias (parece-me bem mais um pretexto do género dos que se arranjam para acabar os namoros...) e as narrativas oficiais do governo ou será melhor investigar um pouco mais? Até agora, o que tenho visto do lado do governo, das oposições e do jornalismo é deveras pobre - e o Natal não pode servir de desculpa para tudo. 
  2. Tratando-se de uma empresa com um grande ligação emocional aos portugueses, não estaremos perante uma decisão em que os factores de natureza política foram determinantes e da qual o governo espera vir a tirar os respectivos dividendos, independentemente de  se tratar (a não-venda a Efromovich) de uma decisão correcta ou incorrecta em termos estratégicos e puramente económico-financeiros? E se estamos perante uma decisão em que as questões políticas stricto sensu podem ter sido determinantes, existirá uma moeda de troca, sendo a TAP a cenoura oferecida aos portugueses e faltando saber qual será o chicote? (RTP/Angola?).
  3. Sabendo que, em princípio, apenas de fora da Europa poderá vir um comprador que permita manter o "hub" em Lisboa, o governo tem alternativas a prazo? Quais? 
  4. Que implicações tem esta decisão e a manutenção ou não do "hub" em Lisboa - que poderá estar em causa? - na privatização da ANA? 
  5. Quem são ou foram os promotores e responsáveis pelo negócio no Brasil e como se chegou à situação actual?
  6. Qual a estratégia do governo para a ligação de Portugal ao exterior - ibérica, europeia e transatlântica - abarcando o transporte aéreo e a rede europeia de alta-velocidade? E como se articula tudo isto com a estratégia de desenvolvimento económico (caso exista), com especial enfoque no turismo e na captação de investimento estrangeiro? 
Era isto que gostaria de saber, mas tenho poucas ou nenhumas esperanças numa resposta.

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