Fonte: Washington Post, citado pelo Paulo Querido no Twitter
Não deixando de adiantar que nos dias de hoje não faz qualquer sentido, apesar de tal ser ditado por razões históricas e culturais que não podem ser menosprezadas, existam nos USA 90 armas por cada 100 habitantes, e de eu ser um partidário convicto da alteração da lei que o permite, não me parece a simples alteração dessa lei, dificultando o acesso à compra e utilização de armas, tivesse como consequência quase imediata uma redução drástica de episódios como o de Newtown. Em países como a Finlândia e a Suiça existem mais de 40 armas por cada 100 habitantes e ambos não deixam por isso de ser países pacíficos e onde nunca ou raramente acontecem episódios deste tipo. Alterar a lei? Sem dúvida, mas as "raízes do mal" são bem mais profundas e complexas, e é melhor não nos deixarmos levar por voluntarismos demasiado fáceis.
2 comentários:
Sem dúvida alguma que as razões do mal são e serão sempre mais profundas.
Mas a estatística de uso de armas nos EUA são tão avassaladoras ao ponto de muitas fatalidades resultarem de acidente com as mesmas ou quando negligentemente deixadas ao alcance de crianças, juvenis e outros inimputáveis.
Quando o “mayor” de NY Giuliani lançou um programa de troca de armas por dinheiro o crime baixou consideravelmente naquela cidade.
Nos EUA o uso e porte de arma goza até de protecção constitucional como se fosse um progresso civilizacional ou ainda vivessem no tempo de Buffalo Bill sob a permanente ameaça dos “ferozes e maléficos” índios de arco e flecha. Tudo isto ainda hoje patrocinado e propagandeado como uma virtude e um saudável exercício de coragem pelo poderoso lobby que é a NRA – National Riffle Association , um poder e um grande negócio suficiente para fazer um candidato presidencial perder umas eleições.
Também no Brasil que tem uma criminalidade ao nível de uma guerra civil, a demagogia fácil do paladino da defesa pessoal, habituado a mimetizar os hábitos dos norte-americanos, fez abortar uma tentativa de limitação ao uso e porte de arma.
O oscarizado documentário “Bowling for Columbine” de Michael Moore é uma referência incontornável para expor todo o ridículo a que chegou o culto da arma nos EUA e da falácia que constitui o dogma do valor social e a protecção individual pelo livre uso e porte de arma, de preferências automáticas e com munições vendidas em qualquer supermercado da esquina ou loja de conveniência, ao lado do pão e do leite, pronta para ser usada como uma extensão de uma momentânea ira ou oportuna indisposição, bastando uma ligeira pressão do dedo indicador que não indica outra coisa senão a morte, uma coisa que deveria pertencer apenas à natureza.
JR
Para responder de modo sintético: sou a favor de forte limitação das armas, mas tal não significa que se esperem milagres. E quanto a Giuliani, a questão é bem mais vasta e complexa.
Cumprimentos
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