Verdade ou não, o simples facto de aparecer nos media uma notícia citando um alegado (como agora se diz) oferecimento de José Mourinho ao Sevilha, em nada o favorece. Mourinho não foi um jogador de “topo”, um indiscutível, um capitão. Apesar dos resultados alcançados, nunca treinou um “grande” da Europa: o FCP é um outsider e o Chelsea um emergente, agora percebendo que uma cura de cinzentismo talvez lhe possa trazer a patine. Pelo seu perfil e atitude, Mourinho é um desafiador, um trouble maker. Em certa medida, também ele um membro da sociedade afluente e não uma personalidade da elite; da aristocracia dos treinadores à qual pertencem Alex Ferguson, Fabio Capello, Marcelo Lippi, Arséne Wenger ou Sven Goran Eriksson. À qual pertenceu Rinus Michels. Por vezes, parece ser o convidado extravagante e tolerado num meio a que não pertence, mas que lhe acha alguma graça. Uma espécie de Arséne Lupin, a quem as mulheres até poderão tentar seduzir voltando de seguida para o conforto da sua família, da sua casa e do seu meio. Voltando para onde pertencem.
A notícia, verdadeira ou falsa – e o drama é que essa sua condição é indiferente - transmite, aliás, isso mesmo: nervosismo da parte de quem não “pertence” e se quer afirmar (ou reafirmar), de quem anseia por se mostrar: o burguês enriquecido batendo à porta da sociedade, mesmo que no caso esta não passe de uma pequena aristocracia, de um qualquer baronete. Enfim... Terá que ter cuidado, José Mourinho. É que, para faux pas, bastou aquele flirt “toca e foge” com a Football Association.
A notícia, verdadeira ou falsa – e o drama é que essa sua condição é indiferente - transmite, aliás, isso mesmo: nervosismo da parte de quem não “pertence” e se quer afirmar (ou reafirmar), de quem anseia por se mostrar: o burguês enriquecido batendo à porta da sociedade, mesmo que no caso esta não passe de uma pequena aristocracia, de um qualquer baronete. Enfim... Terá que ter cuidado, José Mourinho. É que, para faux pas, bastou aquele flirt “toca e foge” com a Football Association.
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