Garcia Leandro não é Oscar Carmona, nem estamos em 1925 perante um julgamento de militares revoltosos, mas a entrevista e declarações do General ao “Expresso” e “SIC Notícias” têm, propositadamente ou não, com razão ou sem ela – e não sou eu que lha vou negar mau grado um certo tom catastrofista que está longe de ser bom conselheiro -, algo de “Sala do Risco”. Claro que, ao recordar o antigo Presidente da República da ditadura e personalidade destacada da revolta de 28 de Maio de 1926, terá o General lido uma parte do “18 do Brumário” (“quanto a mim mostro, pelo contrário, como a luta de classes em França criou circunstâncias e uma tal situação que permitiu a um personagem medíocre e grotesco fazer figura de herói” – Karl Marx, op. citada). Mas esqueceu-se de ler a frase com que o mesmo Marx abre esse seu texto sobre Luís Bonaparte: “Hegel faz notar algures que todos os grandes acontecimentos e personagens históricos ocorrem, por assim dizer, duas vezes. Esqueceu-se de acrescentar: a primeira vez como tragédia, a segunda como farsa”.
Quanto a mim, modesto blogger de ocasião e horas vagas, pergunto-me se, sendo Garcia Leandro General do exército português e ocupando um cargo de nomeação não partidária e teoricamente independente na organização estatal enquanto responsável pelo Observatório de Segurança, Criminalidade Organizada e Terrorismo, lhe deve ser permitido criticar livre e publicamente o regime do modo e nos termos em que o fez. A Oscar Carmona foi-lhe retirado o comando da 4ª Divisão; mesmo assim todos conhecemos o resto da história. Mas essa foi a vez da tragédia, pois claro...
Quanto a mim, modesto blogger de ocasião e horas vagas, pergunto-me se, sendo Garcia Leandro General do exército português e ocupando um cargo de nomeação não partidária e teoricamente independente na organização estatal enquanto responsável pelo Observatório de Segurança, Criminalidade Organizada e Terrorismo, lhe deve ser permitido criticar livre e publicamente o regime do modo e nos termos em que o fez. A Oscar Carmona foi-lhe retirado o comando da 4ª Divisão; mesmo assim todos conhecemos o resto da história. Mas essa foi a vez da tragédia, pois claro...
3 comentários:
Vai dar em nada, resumindo-se a texto para encher o jornal. Quanto à estúpida - para não dizer pior -opinião que Marx tinha de Napoleão III, nem vale a pena discutir. Este alegado Bonaparte tinha muitas qualidades e era um homem moderno e do seu tempo. A lenda negra alastra após a derrota numa guerra que não desejava (1870). Quanto a Marx, é um filósofo. A colocação em prática da sua filosofia, enche até ao cimo, o caixote de lixo da História.
O OSCOT é uma organização privada da sociedade civil, com os seus Estatutos e com Corpos Sociais eleitos, não dependendo da nomeação de qualquer entidade.
Garcia Leandro
As minhas desculpas, caro General Garcia Leandro, e obrigado pela correcção que assinalarei em post específico.
Os meus cumprimentos.
JC
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