segunda-feira, fevereiro 18, 2008

Ministros fardados e generais analistas políticos

Já por uma vez aqui referenciei o facto de achar profundamente ridículo que o ministro da Defesa se apresente de “camuflado” quando visita as tropas portuguesas em campanha. Apesar de as tutelar, enquanto ministro, trata-se de um civil que, portanto, não ocupa nenhum cargo na hierarquia das Forças Armadas, não tendo direito ao uso de farda muito menos devendo apresentar-se com um qualquer arremedo da “dita” (que é o que acontece). Se é para demonstrar espírito de corpo ou de missão, o resultado é apenas o contrário: faz figura de parvo. Agora, infelizmente, também o Presidente da República caiu na “esparrela”, aderindo á moda. O facto de se tratar do comandante supremo das FA em nada atenua a triste figura, pois, uma vez mais, trata-se de um civil. Quando muito essa triste figura apenas será atenuada pelo seu metro e oitenta e picos. Enfim... já é um princípio.

Mas, pior ainda, pergunto-me o que faria um oficial general do exército português no activo, fardado e, aparentemente, no seu posto de trabalho (peço desculpa de não me lembrar do nome), ontem, em um dos telejornais, comentando politicamente o futuro do Kosovo e dos Balcãs. Politicamente, sublinho. Pensei isso lhe estivesse vedado pela natureza das suas funções (se não está, deveria estar), mas, pelo menos nada que uma equilibrada dose de bom senso não pudesse ter evitado. Ou até mesmo os generais, na falta de uma guerra a sério, já não resistem aos seus cinco minutos de fama?

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