No meio da algazarra patrioteira, xenófoba e anti-britânica (saudades do ultimato?) surgida como reacção a alguns comentários despropositados de alguma imprensa inglesa (não confundir o "Guardian" e o "Independent", por exemplo, com o "Sun" ou o "Daily Mirror"), também eles arroubos serôdios de uma ex-potência imperial mas que não tiveram a expressão que por aqui se fez crer e cuja cobertura dos acontecimentos e reportagens tem “metido num chinelo” a efectuada pelos “nossos” media, temos assistido, a propósito do desaparecimento de Madeleine McCann, a uma defesa acalorada, por parte de governo, comentadores, ex-inspectores, criminalistas e tutti quanti, da competência profissional da polícia de investigação criminal portuguesa. Confesso a minha perplexidade, e a convicção de que tal só se pode dever a uma fé inquebrantável nos “destinos da pátria” e/ou a uma repetição ad nauseam e acéfala de afirmações de quem tem por única missão na vida defender a instituição que dirige ou dirigiu, tutela ou a que pertenceu. É que se nos remetermos aos factos (que é o que efectivamente vale e interessa para uma avaliação objectiva), e independentemente do maior ou menor grau de dificuldade que possa apresentar este tipo de investigação (que acredito seja elevado), nos casos de desaparecimento de menores que tiveram maior expressão na opinião pública (Penafiel, Rui Pedro, Joana ou até mesmo o de um jovem desaparecido na Arrábida aqui há uns anos) nunca a polícia conseguiu encontrar-lhes o rasto (no caso de Penafiel a criança foi encontrada por denúncia). Nas actuais investigações também parece andar aos papéis (ou aos computadores – ele há vícios que custam a largar...). Esperemos bem que me engane.
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