Está a tornar-se muito claro que a estratégia de oposição ao governo, quer à esquerda quer à direita, passa, conjunturalmente, pela denúncia e agitação de alguns casos que, alegadamente, podem reflectir uma tentativa de combate à pluralidade de opinião e às liberdades e garantias dos cidadãos. As características de personalidade do primeiro-ministro e a necessidade de “forçar” a implementação de algumas medidas que afectam os chamados “direitos adquiridos” fornecem o supporting evidence que sustenta essa estratégia. Situam-se neste campo a campanha sobre o controle da informação (que José Pacheco Pereira tem vindo a conduzir desde há já algum tempo), a questão da TVI e, mais recentemente, o caso do professor afastado por alegados insultos a José Sócrates e a lista de grevistas a ser elaborada por cada serviço do estado. Independentemente das razões ou não razões que possam assistir a cada caso, individualmente considerado, e de considerar que qualquer atentado aos direitos, liberdades e garantias (o “santo dos santos” da democracia) deve ser severamente denunciado e combatido, só trazendo também à luz o acima exposto se pode analisar e compreender cabalmente cada uma das questões em causa. Caso contrário, correremos sérios riscos de concluir de forma errónea e parcial. Logo, injusta.
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