Antes que comecem para aí o disparate e a asneira (se é que ainda não começaram e eu tenha andado distraído), a decisão do Papa Bento XVI ao receber em audiência o casal McCann é política, e só assim pode e deve ser analisada. Isto já antecipando as mil e uma análises pseudo bem pensantes que irão por aí surgir sobre o facto de o chefe da Igreja Católica não ter a mesma atitude perante familiares de outras crianças desaparecidas, sobre as mesmas mortas no Darfur e o que mais adiante se verá e ouvirá. Sendo os McCann católicos num país maioritariamente anglicano, e onde esta é a religião de estado (Elizabeth II é fidei defensor - “defender of the faith” – curiosamente título concedido por Leão X a... Henrique VIII, mas que foi mais tarde revogado pelo Papa Paulo III e posteriormente conferido pelo parlamento aos monarcas anglicanos), claro que Joseph Ratzinger (inteligentemente, diga-se) não deixará escapar uma oportunidade que lhe é concedida de mão beijada (literalmente) para marcar pontos num terreno que lhe é desfavorável, sabendo do impacto mediático que o acto necessariamente irá assumir. Por mim, chapeau para Ratzinger e para os McCann, mas esperemos agora pela reacção de Rowan Willliams, Archbishop of Canterbury.
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