Se Vitória de Setúbal e Beira Mar descerem de divisão - o que é bem possível já que um tenta não declarar oficialmente falência e o outro lá vai “inventando” mil e um estratagemas para se manter mais ou menos viável - se exceptuarmos Lisboa e Porto, descem os dois últimos clubes históricos de zonas industriais e operárias onde o futebol cresceu e se tornou um jogo popular. Irão juntar-se a Olhanense e Portimonense, Leixões, Vitória de Guimarães, Sporting da Covilhã e Barreirense, substituídos por clubes “artificiais” sustentados pelas autarquias respectivas ou outros, como a Académica, sem uma efectiva inserção nas classes populares mas que cresceu e sobreviveu apoiada num estatuto e regulamento que a protegia e defendia da concorrência. Se verificarmos ainda que cidades como Faro, Beja, Évora, Castelo Branco, Portalegre, Viseu, Guarda, Vila Real, Chaves, Bragança e Viana do Castelo nunca tiveram, ou não têm há muitos anos e dificilmente terão no futuro próximo, representação na 1ª divisão do futebol português, estamos perante um panorama do que foi e é a estrutura da sociedade portuguesa, com uma industrialização inexistente ou tardia e, fundamentalmente, frágil, que não resistiu, ou resistiu mal, ao impacto da livre concorrência e da globalização. É por isso, também, que os estádios vão ficando cada vez mais vazios, e é também por isso que eu “torço” para que Vitória de Guimarães e Leixões voltem no próximo ano à 1ª divisão.
1 comentário:
FORÇA LEIXÕES!
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