O governo anunciou a construção de novos empreendimentos turísticos no litoral alentejano, que, segundo o mesmo governo, terão grande qualidade e serão respeitadores do ambiente, da ordenação do território e defesa do litoral. Para além de criarem mais “não sei quantos postos de trabalho”, que é sempre o argumento definitivo. Tudo bem, não irei pôr isso em causa, embora possa ter algumas razões para desconfiar do que aí vem. Mas o problema não são, muitas vezes, esses empreendimentos, em si, como o não são, no Algarve, Vale do Lobo, Quinta do Lago, Praínha ou Balaia. O problema é tudo aquilo que, à sua volta, esses empreendimentos potenciam, perante a complacência – e até mesmo o incentivo – de autarcas e populações locais, como no Algarve aconteceu com o crescimento desmesurado e sem controle de aldeias de pescadores, assim transformadas, na melhor das hipóteses, em clones de aglomerados suburbanos, e de uma estrada nacional 125 concorrente directa da feira em que se transformou a antiga estrada nacional nº 1. Caso para dizer: tenha medo; tenha mesmo muito medo!
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