Dois comentários, breves, sobre a Ota:
- Que me conste ou tenha verificado, em nenhuma das principais cidades europeias em que foi construído um novo aeroporto nos últimos cinquenta ou sessenta anos (por exemplo, Paris com Roissy – Charles de Gaulle), ou em que foi ampliado e/ou “revitalizado” um segundo aeroporto já existente (como penso ser o exemplo de Londres – Gatwick, para além de Luton ou Stansted, ou de Milão – Linate e Malpensa), o principal aeroporto foi encerrado ou desactivado, nas suas principais funções de destino e origem de voos comerciais, na sequência desse processo. Que me lembre, também, os principais aeroportos europeus continuam a situar-se exactamente no mesmo local onde já existiam há esses mesmos anos. Estarei errado ou com má memória? Se não, alguém me explica porque isso não irá acontecer com Lisboa – Portela?
- Quando assistimos a debates sobre o novo aeroporto de Lisboa que envolvem técnicos, reconhecidos e qualificados, do sector, penso não é difícil concluir, ao fim de alguns minutos, que, de uma maneira ou de outra, “ninguém sai ileso” – ou quase ninguém, para ser mais justo. Isto é, o projecto é de tal modo gigantesco e os interesses envolvidos tão grandes que dificilmente alguém não está, de algum modo, envolvido ou condicionado por eles nos seus pareceres e opções, seja como consultor, engenheiro ligado a qualquer fase do projecto, executivo em empresa tutelada ou com fortes ligações ao Estado, etc, etc. A ter em conta por aqueles para quem os técnicos são “virgens vestais” e as suas conclusões inquestionáveis.
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