Parece que a moda pegou. Para além dos “portugueses”, das sete maravilhas e por aí fora, o “novo Rádio Clube” está a proceder à eleição do rei (desculpem) do português mais importante na História da rádio e da televisão. Para isso nomeou dez nomes em cada um dos “media”, no qual os portugueses terão que votar (com os tais SMS’s de valor acrescentado, claro). Entre os nomeados lá estão, na rádio, Adelino Gomes, António Sala(?!), Igrejas Caeiro (ena!), Fernando Alves e o inefável Fernando Correia, entre outros. Nada disto é muito importante, e parece-me sem pretensões, mas, de qualquer modo, uma pergunta: já que a responsabilidade pela indicação dos nomeados vem do próprio RCP, e Jorge Gil? Para quem não sabe, Jorge Gil foi o principal responsável pelo “Em Órbita”, programa chave do FM do antigo RCP que iniciou a sua emissão a 1 de Abril de 1965 e foi, não só, o início de uma nova maneira de fazer rádio, em Portugal, como o primeiro divulgador (e durante muito tempo, quase único) da música popular anglo-americana, quando isso era quase considerado um crime de lesa-pátria. Foi também o “Em Órbita” o primeiro programa de rádio a “passar” José Afonso, numa das suas raríssimas (duas ou três) incursões pela música popular portuguesa. A partir do início dos anos setenta dedicou-se à divulgação de música antiga e barroca e, mais tarde, à organização de concertos destes géneros musicais, sendo responsável pela vinda a Portugal de alguns dos seus melhores intérpretes. Moldou uma geração no gosto pela música e divulgou a música que ajudou a mudar o mundo, mas, muito mais do que isso, cultivou uma radicalidade e um espirito de não concessão que também contribuíram para nos mudar a todos. Na rubrica “História(s) da Música Popular” deste blog, no dia 1 de Abril (dia da sua primeira emissão), a efeméride será devidamente assinalada.
Sem comentários:
Enviar um comentário