- Em Espanha, centenas de milhar (ou mais) de manifestantes saíram ontem à rua. A questão, sob o manto diáfano da luta contra o terrorismo - oportunidade do momento - é a “velha e relha” natureza do estado espanhol, isto é, se e em que moldes é possível a unidade do país enquanto estado multinacional herdado da expansão e unificação sob a égide de Castela. A questão já esteve no cerne de uma guerra civil e, uma vez resolvida uma das outras (fascismo/comunismo) e apaziaguada a restante (monarquia/república), é a que fica por resolver da “herança” de 36/39. Sintomático, se estivermos atentos e conhecermos Espanha, é a presença massiva da bandeira da monarquia espanhola, símbolo actual da unidade de Espanha, nas “manifs” do PP. Numa Europa em que a expansão da União e o fim da guerra fria parecem potenciar o fim dos estado plurinacionais (Balcãs, por exemplo) ou o enfraquecimento dos laços que os unem e a emergência de maiores autonomias, como acontece com a Escócia e o País de Gales (para não falar da Irlanda que é um problema de colonização/descolonização), qual o futuro da Espanha?
- Em Portugal é a luta contra as medidas do governo que traz à rua mais de uma centena de milhar de manifestantes. Também aqui, embora o manto que a cobre seja bem mais opaco, vamos encontrar lá no fundo a velha questão, herdada do PREC, do confronto entre duas concepções antagónicas de estado: a democracia, tal como a conhecemos e praticamos no ocidente, e a proposta pelo PCP e derrotada na guerra fria...
Em ambos os casos (Espanha e Portugal), a conclusão de que é ainda a política que faz mobilizar os cidadãos e os traz ás ruas...
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