Eu sou o Gato Maltês, um toque de Espanha e algo de francês. Nascido em Portugal e adoptado inglês.
sexta-feira, março 30, 2007
Professores e "carreira"
Grandes Séries (12)
quinta-feira, março 29, 2007
"Memory Recall"
- A do modelo de desenvolvimento, o que coloca obviamente a questão das grandes obras públicas e, logo, do tipo de aeroporto e rede ferroviária que irão ser construídos.
- A da consolidação das contas públicas.
- A da reforma (a sério) da Administração Pública, incluindo, também, a da divisão administrativa do território.
- A das reformas do serviço nacional de saúde e da segurança social, que permitam melhorar a sua eficácia e viabilizá-los de forma sustentada.
- A da melhoria do sistema de ensino público e da qualificação dos portugueses, que passa necessariamente por uma maior autonomia das escolas na contratação dos seus quadros docentes quebrando o círculo vicioso do confronto ministério/sindicatos.
- A da modernização de Portugal nas questões “ditas” de sociedade, aproximando as leis e práticas vigentes das dos países mais desenvolvidos.
É pois aqui, nestas questões, que se deve fundamentalmente centrar o escrutínio dos media e dos cidadãos.
quarta-feira, março 28, 2007
Ota e "Bloco de Esquerda"
"Portugal, Um Retrato Social"
Aproveito a oportunidade para relembrar o também excelente documentário de Luísa Schmidt “Portugal – Um Retrato Ambiental” que a RTP passou há bem poucos anos. Talvez fosse útil repetir a sua exibição, aproveitando a embalagem...
terça-feira, março 27, 2007
Ainda a Ota
À partida uma questão muito simples: qual o modelo competitivo e concorrencial que queremos e podemos estabelecer com o resto da península, num processo, simultaneamente, de cada vez maior integração económica e descentralização política? Um modelo directamente concorrencial, ou alternativo e de complementaridade baseado numa análise das nossas forças, fraquezas, oportunidade e ameaças (SWOT) num espaço ibérico em que, cada vez mais, Portugal é apenas (quer queiramos quer não) mais um mercado - tal como a Andaluzia, o País Basco, a Catalunha ou a Galiza - e em que os centros de decisão económica estão fundamentalmente localizados em Madrid? É que o que está na base da “grande cidade aeroportuária” é o modelo directamente concorrencial (mesmo assim com mais algumas megalomanias acrescidas), que, em minha opinião, não tem em conta a realidade, isto é, o que é o presente e será o futuro da península em termos de economia e de mercado(s). Parece-me um pouco como se, em Aljubarrota, o exército anglo-luso (sim, disse bem) em vez de ter escolhido o terreno, combatido a pé, feito recurso ao arco longo e às fortificações, tivesse combatido o exército luso/franco/ castelhano (também disse bem), de D. Juan, em campo aberto e a cavalo! Mas será que alguém acredita mesmo na viabilidade desse modelo e que, portanto, o novo aeroporto de Lisboa se irá transformar nesse hub gigantesco, concorrencial com Madrid, mais a mais com as duas cidades a um par de horas de distância via TGV? Claro que não acredita, mas o assunto é bem outro. Vejamos.
O que as vozes dominantes já conseguiram fazer foi colocar a questão não em torno de dois modelos de desenvolvimento alternativos (o que prefiguraria as alternativas Portela+1 vs “cidade aeroportuária”) mas apenas em torno da questão “técnica” de localizações preferenciais, na base de um único modelo de desenvolvimento “à partida” assumido, modelo esse que mais não é do que o prolongamento do actual das grandes obras públicas e do betão. É mais do mesmo: mais rotundas, mais pavilhões, mais auto-estradas, mais Expo 98, mais Euro 2004 e agora mais “cidade aeroportuária” e respectivas (muitas) obras complementares. Claro que não admira que se assista a uma conjugação de interesses entre governo (“cidade aeroportuária” significa mais crescimento, mais emprego e... aparente, menos necessidade de mais e mais profundas e dolorosas reformas) e empresas ligadas à especulação imobiliária, construção civil e obras públicas, desde sempre o grande motor de desenvolvimento (?) do país. Não é também de admirar, portanto (como também já disse neste blog) que mesmo aqueles que estão por sistema “contra” (PCP e “Bloco”) sejam, neste caso, tão tíbios nas suas opiniões.
A questão essencial (key issue) não é, portanto, a localização do novo aeroporto - que é apenas o terreno onde se defrontam e enfrentam visões, lobbies e interesses diversos dentro do mesmo modelo de desenvolvimento proposto para o país - mas sim a de dois projectos de futuro antagónicos que prefiguram duas estruturas aeroportuárias diferentes entre si. Colocar a questão de outro modo é iludir o essencial e prestar um mau serviço aos portugueses, hipotecando o seu futuro. Mantenho uma pergunta já feita: por que razão, tanto quanto conheço e me lembro, em nenhuma outra cidade europeia a construção de um novo aeroporto implicou o fecho do já existente?
segunda-feira, março 26, 2007
Do futuro do litoral alentejano
História(s) da Música Popular (38)
Mas enfim, passemos da filosofia aos actos, e este “Tell Laura I Love Her” (1960), de Ray Peterson, é um excelente exemplo (um dos mais conhecidos, também) do "death rock": o rapaz pobre que se inscreve, e morre, numa corrida de “stock cars” para com o dinheiro do prémio poder comprar um anel de noivado à sua amada. Para cúmulo, não consegue despedir-se da “pikena” ao telefone (suprema ironia: fala com a mãe, que representa a geração anterior, a que se quer contestar) e a dita Laura acaba na capela a chorar a morte do seu amado! È o verdadeiro dramalhão de fazer chorar as pedras da calçada e inundar de lágrimas, por junto, o deserto do Mohave e o Death Valley! A canção foi editada pela RCA Victor depois da Decca ter recusado a sua gravação por o tema ser considerado inapropriado (!!!) e teve várias cover versions, sendo a mais conhecida a do britânico Ricky Valance (não confundir com o americano Ritchie Valens nesta altura já desaparecido), para a EMI, que foi #1 nos charts britânicos. Uma curiosidade: foi o primeiro êxito de Jeff Barry, seu compositor aqui em parceria com Ben Raleigh, o mesmo Barry que, mais tarde, formaria com Ellie Greenwich (e também com Phil Spector) uma das parcerias de maior sucesso do célebre Brill Building de NY. Mas isso são já outras histórias que não são agora para aqui chamadas!...
Claro que o "death rock", que nunca foi muito mais do que uma “curiosidade” sem grande expressão, entra em declínio quando os adolescentes da segunda metade dos anos sessenta se começam a preocupar com outras contestações e assuntos mais sérios, deixando de lado estas pieguices na música que faziam, tocavam e cantavam. E ainda bem que o fizeram!
Portugal-Bélgica
domingo, março 25, 2007
Tratado de Roma - 50 anos
sábado, março 24, 2007
Sábado é dia de "bola"
sexta-feira, março 23, 2007
William Blake: "Songs of Innocence and of Experience" (9)
Michelle Brito
quinta-feira, março 22, 2007
Grandes Séries (11)
"Portugal dos pequeninos"
Mas a questão é um pouco mais vasta. Por um lado mostra como uma legislação aparentemente “modernizadora” serve apenas, em muitos casos, para mascarar a ineficiência e inépcia das autoridades no controle e repressão de actividades ilícitas mas, de facto, abertamente toleradas. Muitas vezes com a própria cumplicidade das populações locais (seria este o caso, segundo o ex-secretário de estado) tementes de verem em perigo, no curto prazo, as suas actividades, empregos e ecologia social: de facto, estas dependem da sua possibilidade de poluir os rios. Sabemos bem onde isto leva...
Por outro lado, coloca a nu a extrema fragilidade de uma boa parte do tecido empresarial português, que sobrevive, apenas ou sobretudo, à custa de pequenas e grandes irregularidades e habilidades várias, desde o incumprimento, mais ou menos tolerado, da legislação até aos salários em atraso, fuga ao fisco, falta de pagamentos à segurança social, permanência da precaridade dos vínculos laborais para além do socialmente aceitável, atrasos nos pagamentos a fornecedores e tráfico de influências com as autoridades locais. No fundo, o “caldo de cultura” onde se alimentam e engordam casos como o de Marco de Canavezes, Felgueiras and so on... É este o verdadeiro “Portugal dos pequeninos”.
quarta-feira, março 21, 2007
Miguel Frasquilho e Dr. Strangelove
Mais "Ota"
Dois comentários, breves, sobre a Ota:
- Que me conste ou tenha verificado, em nenhuma das principais cidades europeias em que foi construído um novo aeroporto nos últimos cinquenta ou sessenta anos (por exemplo, Paris com Roissy – Charles de Gaulle), ou em que foi ampliado e/ou “revitalizado” um segundo aeroporto já existente (como penso ser o exemplo de Londres – Gatwick, para além de Luton ou Stansted, ou de Milão – Linate e Malpensa), o principal aeroporto foi encerrado ou desactivado, nas suas principais funções de destino e origem de voos comerciais, na sequência desse processo. Que me lembre, também, os principais aeroportos europeus continuam a situar-se exactamente no mesmo local onde já existiam há esses mesmos anos. Estarei errado ou com má memória? Se não, alguém me explica porque isso não irá acontecer com Lisboa – Portela?
- Quando assistimos a debates sobre o novo aeroporto de Lisboa que envolvem técnicos, reconhecidos e qualificados, do sector, penso não é difícil concluir, ao fim de alguns minutos, que, de uma maneira ou de outra, “ninguém sai ileso” – ou quase ninguém, para ser mais justo. Isto é, o projecto é de tal modo gigantesco e os interesses envolvidos tão grandes que dificilmente alguém não está, de algum modo, envolvido ou condicionado por eles nos seus pareceres e opções, seja como consultor, engenheiro ligado a qualquer fase do projecto, executivo em empresa tutelada ou com fortes ligações ao Estado, etc, etc. A ter em conta por aqueles para quem os técnicos são “virgens vestais” e as suas conclusões inquestionáveis.
terça-feira, março 20, 2007
Domingos Lopes, "Mestre em Problemas da Paz e da Guerra"
“Mestre em Problemas da Paz e da Guerra”!!!.... É que, vendo ainda melhor, a coisa remete-me também aí para as histórias do Flash Gordon, ou de filmes da série B, de histórias de quadradinhos do velho “Mundo de Aventuras” ou de revistas “pulp fiction” ainda antes de Tarantino as trazer de volta aos nossos corações. Ou então, mais perto, do Obi Wan Kenobi de George Lucas, “you’re my only help"...
Mas, oh meu caro Domingos Lopes “Mestre em Problemas da Paz e da Guerra” seja a criá-los ou solucioná-los ou seja lá o que isso for, você hoje divertiu-me mesmo, e eu ando tão precisado disso. E já que ando a precisar de pôr o ego cá para cima, não quer mesmo ser meu amigo? É que já viu o sainete que dava eu apresentá-lo assim aos do meu círculo restrito: este é o meu amigo Domingos Lopes, “Mestre em Problemas da Paz e da Guerra”! Fantástico, não era? Olhe, meu caro “mestre” (desculpe, com letra maiúscula – “Mestre”) que esta já vai longa, “may the force be with you”!!!
PS: olhe, já agora vou mesmo ler o seu artigo... Quem sabe se não me poderei tornar, não direi “mestre” (desculpe, “Mestre”), mas pelo menos um “iniciado” com algum futuro promissor!
Costa de Caparica
História(s) da Música Popular (36)
segunda-feira, março 19, 2007
Pergunta.
O PCP o BE e a OTA
domingo, março 18, 2007
"Allgarve"???
sábado, março 17, 2007
sexta-feira, março 16, 2007
Qualidade de serviço "à portuguesa"
quinta-feira, março 15, 2007
Santana Lopes e a música
Santana Lopes e a música são definitivamente duas realidades incompatíveis. Depois do “gag” dos concertos para violino de Chopin, capaz de fazer corar de vergonha qualquer responsável da cultura de um país da África sub-sahariana, referiu “um célebre fado de Hermínia Silva que tinha uma estrofe repetida”: “anda Pacheco” (citei de cor). Pois é tempo e oportunidade de dizer a Santana Lopes, que até foi presidente da CML cidade onde a fadista nasceu e viveu e da qual é um dos símbolos, que não existe tal fado. “Anda Pacheco” era uma frase que Hermínia usava frequentemente quando cantava qualquer um dos seus fados, dirigindo-se e “puxando” pelo seu guitarrista António Pacheco, tal como “picadinho para a voz sobressair”. Que tal ir à FNAC comprar uns CD’s ou fazer uns downloads?
Grandes Séries (10)
"Lipstick On Your Collar" (1993)
quarta-feira, março 14, 2007
Miguel Frasquilho e o "choque fiscal"
- Utilizando o léxico “economês” de MF, coeteris paribus, qual o incremento esperado da actividade económica quando, a este nível de fiscalidade, se baixa um ponto percentual no IVA e/ou no IRC?
- Se desagregássemos, por sectores de actividade económica, qual seria o cenário? Seriam os sectores geradores de maior valor acrescentado os mais beneficiados?
- Qual seria a sua influência (quantificada) na criação de emprego? E na diminuição da fraude e evasão fiscais?
- Se, citando o próprio MF, “nada de estrutural foi até agora concretizado do lado da despesa pública” (parcialmente, tem razão) e sabendo que esta apresenta grande rigidez e apenas “reage” a “estímulos” no médio/longo prazo; sabendo que qualquer governo não controla um número significativo de variáveis que influenciam o nível da actividade económica, será responsável, de momento, mexer, reduzindo-a, na carga fiscal?
- Por último, não seria bem melhor que MF centrasse então os seus esforços no sentido de criticar, propor medidas e controlar a actuação do governo no sentido de uma redução estrutural e consolidada da despesa pública (o ponto fraco do governo nesta questão) que permitisse, então sim, um desagravamento responsável da carga fiscal?
Parafraseando a última frase de MF “é assim tão difícil perceber isto?!...” Cá por mim, acho que não!... Mas... e se MF perguntasse a Manuela Fereira Leite?
William Blake: "Songs of Innocence and of Experience" (8)
Gave thee clothing of delight,
Little Lamb, I'll tell thee,
terça-feira, março 13, 2007
"Dica"...
Marques Mendes e o "surf" (#2)
Marques Mendes e o "surf"
Como este blog anda em maré de surf (music), é caso para dizer que Marques Mendes apanhou finalmente uma boa onda. Ao trazer para o topo da agenda política a questão do novo aeroporto de Lisboa (prefiro chamar-lhe assim, e não da Ota, porque penso tratar-se de uma questão mais vasta do que apenas a da sua localização), focando nela, pelo menos durante uns dias, a sua contestação ao governo (em vez de andar a “ir a todas” e acabar contestado, com toda a razão, pela sua correligionária Ferreira Leite), o leader do PSD mata vários coelhos com o mesmo tiro (já que isto de cajadadas me parece um pouco primitivo, nada consentâneo, mesmo, com épocas de choque tecnológico) e centra a sua crítica num ponto indiscutivelmente vulnerável da estratégia governamental.
Em primeiro lugar, porque é questão nada consensual, fora do inner circle do governo, captando a sua contestação simpatias várias entre potenciais apoiantes ou votantes do partido socialista. Em segundo lugar, porque está longe de se poder reduzir a uma questão meramente do foro da economia, sendo pedra de toque essencial para se entender qual o modelo de desenvolvimento proposto para o país. Mais ainda, é decisão em relação à qual o PSD, enquanto oposição com maiores perspectivas de se tornar futuro governo, pode perfeitamente reivindicar o seu interesse próximo e legítimo, pois trata-se de um projecto com implicações óbvias e importantes em futuras legislaturas. Por fim, em função de tudo isto e também de se tratar de algo que não colhe a simpatia dos mais conhecidos e reputados economistas aqui do “rectângulo” - e cito de cor Luís Campos e Cunha, Hernâni Lopes, Miguel Beleza e Silva Lopes -, assunto em que o Presidente da República se sentirá bastante à vontade para intervir de modo muito directo. Aguardemos, mas, entretanto, well done!
Já agora. Parece que o ministro Mário Lino declarou ontem, como justificação para a construção do novo aeroporto e das novas infraestruturas ferroviárias e portuárias, que Portugal possui uma "localização estratégica privilegiada que lhe permite desenvolver, com vantagens competitivas, ligações privilegiadas com o continente africano, com a Europa do Norte e com a Europa Mediterrânica e entre o continente europeu e o continente americano". Será que ele acredita mesmo nisso? E se nos deixássemos de vez das ilusões dos grandes “projectos estruturantes” e nos centrássemos naquilo que é de facto essencial para melhor a competitividade do país e a qualidade de vida dos portugueses, seja, a diminuição do déficit e da despesa pública e reformas efectivas no ensino, na administração, na justiça e na saúde? Ah, e se não é pedir muito, pôr Lisboa e Porto à distância de duas horas e “picos” pelos tais comboios pendulares...
segunda-feira, março 12, 2007
História(s) da Música Popular (35)
domingo, março 11, 2007
Barça-RM e Chelsea-Tottenham
Espanha, Portugal, a "rua" e a política
- Em Espanha, centenas de milhar (ou mais) de manifestantes saíram ontem à rua. A questão, sob o manto diáfano da luta contra o terrorismo - oportunidade do momento - é a “velha e relha” natureza do estado espanhol, isto é, se e em que moldes é possível a unidade do país enquanto estado multinacional herdado da expansão e unificação sob a égide de Castela. A questão já esteve no cerne de uma guerra civil e, uma vez resolvida uma das outras (fascismo/comunismo) e apaziaguada a restante (monarquia/república), é a que fica por resolver da “herança” de 36/39. Sintomático, se estivermos atentos e conhecermos Espanha, é a presença massiva da bandeira da monarquia espanhola, símbolo actual da unidade de Espanha, nas “manifs” do PP. Numa Europa em que a expansão da União e o fim da guerra fria parecem potenciar o fim dos estado plurinacionais (Balcãs, por exemplo) ou o enfraquecimento dos laços que os unem e a emergência de maiores autonomias, como acontece com a Escócia e o País de Gales (para não falar da Irlanda que é um problema de colonização/descolonização), qual o futuro da Espanha?
- Em Portugal é a luta contra as medidas do governo que traz à rua mais de uma centena de milhar de manifestantes. Também aqui, embora o manto que a cobre seja bem mais opaco, vamos encontrar lá no fundo a velha questão, herdada do PREC, do confronto entre duas concepções antagónicas de estado: a democracia, tal como a conhecemos e praticamos no ocidente, e a proposta pelo PCP e derrotada na guerra fria...
Em ambos os casos (Espanha e Portugal), a conclusão de que é ainda a política que faz mobilizar os cidadãos e os traz ás ruas...
sábado, março 10, 2007
O "Sol" e a biografia de José Sócrates
sexta-feira, março 09, 2007
Fernando Santos e a "Lei de Murphy"
quinta-feira, março 08, 2007
Frederico García Lorca (11)
Os sindicalistas da PT
O "novo" RCP e os portugueses mais importantes na História da rádio
Avaliações
Bom, mais a sério, admito que para os sindicatos a avaliação seja um problema e a descentralização de poderes, com possibilidade das hierarquias avaliarem e serem avaliadas pelo desempenho dos serviços e tarefas confiados, com flexibilidade na definição dos salários e prémios, possa significar o início do fim do poder absoluto desses sindicatos nas contratações, e da indispensabilidade da sua existência para os trabalhadores. É uma luta pelo poder, portanto, e pela sobrevivência que o actual sistema de ausência de avaliações credíveis e salário igual para todos (dentro do mesmo nível) lhes possibilita.
Também entendo que trabalhadores e chefias desconfiem do que se propõe, não só porque o não conhecem (e sempre se desconfia do que se não conhece), como porque o actual sistema permite, ele sim, um conjunto de decisões e comportamentos discricionários, que ninguém avalia e penaliza, e que temem passe a ser potenciado pelo que, consideram ser, uma certa “desregulamentação” aí vem. Mas se os sindicatos (estes, pelo menos) são irrecuperáveis para a mudança, haverá funcionários públicos que o não serão, e talvez fosse boa ideia que o governo decidisse começar a explicar directamente a cada serviço com acções de formação e esclarecimento as vantagens de um sistema credível de avaliação de desempenhos, baseado em premissas claras, objectivos concretos, sistema de “contrapesos” e comparações (nenhuma hierarquia pode ter só bons ou maus funcionários, como não poderá ser bem avaliada se basear a sua actuação no desleixo, no autoritarismo ou no na falta de motivação dos seus subordinados) e discussão entre avaliador e avaliado. Não em termos abstractos, claro; mas apresentando o modelo concreto que se quer implementar e, principalmente, ensinando as hierarquias a “trabalhar” e conviver com ele. Tarefa difícil, certamente esta, a de ensinar as boas práticas a quem sempre as desconheceu... Principalmente se o professor é aquele que, de uma maneira ou de outra, sempre com a ausência delas conviveu e, porque não dizê-lo, sempre disso beneficiou .
quarta-feira, março 07, 2007
Grandes Séries (9) - 50 anos de TV em Portugal
As "Sturm Abteilung" do presidente do FCP e a Liga Portuguesa de Futebol Profissional
terça-feira, março 06, 2007
William Blake: "Songs of Innocence and of Experience" (7)
O'er my lovely infant's head!
Sweet dreams of pleasant streams
By happy, silent, moony beams!
Sweet Sleep, with soft down
Weave thy brows an infant crown!
Sweet Sleep, angel mild,
Hover o'er my happy child!
Sweet smiles, in the night
Hover over my delight!
Sweet smiles, mother's smiles,
All the livelong night beguiles.
Sweet moans, dovelike sighs,
Chase not slumber from thy eyes!
Sweet moans, sweeter smiles,
All the dovelike moans beguiles.
Sleep, sleep, happy child!
All creation slept and smiled.
Sleep, sleep, happy sleep,
While o'er thee thy mother weep.
Sweet babe, in thy face
Holy image I can trace;
Sweet babe, once like thee
Thy Maker lay, and wept for me:
Wept for me, for thee, for all,
When He was an infant small.
Thou His image ever see,
Heavenly face that smiles on thee!
Smiles on thee, on me, on all,
Who became an infant small;
Infant smiles are His own smiles;
Heaven and earth to peace beguiles.
"A Cradle Song" - Poema e ilustração de William Blake para " Songs of Innocence and of Experience"
História(s) da Música Popular (34)
Penso que a sua primeira gravação é “Let’s Go Trippin’”, de 1961, e curiosamente a única vez que chegou aos tops foi com “The Scavenger”, em 1963, um tema vocal com barulho de motos á mistura... Bem, mas o seu tema-chave é de facto “Misirlou”, de Maio de 1962, originalmente um tema popular grego e do médio-oriente (Dick era de origem libanesa) que se tornaria um símbolo máximo da surf music. “Misirlou” terá sido interpretado pela primeira vez por Michalis Patrinos, em 1927, e através do mesmo intérprete terá chegado aos USA, tendo posteriormente sido gravada um versão jazz, em 1941, por Nick Roubanis, um músico americano de origem grega. Mas foi a versão de Dick Dale que tornou o tema famoso, ao ponto dos Beach Boys terem posteriormente gravado um cover, em 1963, incluído no álbum “Surfin’ USA”. Será ainda, mais tarde, a sua inclusão na banda sonora de “Pulp Fiction” que condenará o tema à eternidade. Ainda bem! Aqui, a versão, em vídeo, é a do filme “A Swingin’ Affair”, de 1963.
Quanto a “The Victor” foi incluído no quarto álbum de Dick Dale, “Mr. Eliminator”, de 1964. É um dos meus temas favoritos!
segunda-feira, março 05, 2007
Grandes Séries (9)
Paulo Portas, a "direita" e um projecto político...
Tudo isto vem a propósito do desafio lançado por Paulo Portas a Ribeiro e Castro (e, claro, também ao PSD de Marques Mendes) relativamente à futura direcção da direita e de toda a oposição com vocação de governo. Na maioria das análises, a dissertação versa muito mais sobre as características pessoais de PP, o seu "zig-zag" político (e o do seu partido), o seu carisma contraposto à ausência deste em Ribeiro e Castro, as movimentações de algumas personalidades dentro do próprio PSD, do que sobre aquilo que de facto é determinante: não existindo, à partida, um tema único que marque claramente um antagonismo conceptual entre a esquerda e a direita com ambições de governo, em torno de que projecto político, de que ideias e concepções, de que “posicionamento” (utilizando uma linguagem importada do "marketing" e da gestão), pode a direita maximizar as suas possibilidades enquanto oposição com perspectivas de poder a prazo? Quem melhor pode corporizar e tornar credível esse projecto, dando-lhe o seu cunho pessoal e projectando-o na sociedade com maiores hipóteses de sucesso? Ou então, pondo as coisas “às avessas”, o que também posso admitir: tendo em atenção where he comes from, isto é, que em função do seu passado (ideias, prática, etc) existe apenas um espaço relativamente restrito onde PP pode ser credível, que projecto político deve ele consubstanciar para conseguir os seus objectivos de liderar a oposição à direita?
Existem na sociedade portuguesa algumas questões que condicionam claramente a governação e limitam o leque de opções políticas: sejam, não sendo exaustivo, a questão de déficit, da sustentabilidade da segurança social e a falência do modelo de desenvolvimento. São elas, e não a arrogância de Sócrates, a teimosia dos seus ministros ou a, dita, respectiva insensibilidade social que condicionam a política governamental, o que não exclui que o primeiro ministro, pela sua personalidade, não se assuma como the right man in the right place nesta conjuntura. Pessoalmente, não estou a ver Ferro Rodrigues muito confortável a dirigir um governo posto perante estas circunstâncias. São pois estas questões, e não quaisquer outras, que, em última análise, têm conduzido o governo à tentativa de racionalização de custos do serviço nacional de saúde, ao aumento da idade da reforma, à contenção de salários e estudo de restruturação de carreiras na Administração Pública. Ao aumento da carga fiscal e melhor cobrança de impostos, a uma tentativa de reformulação das políticas educativas, etc, etc. Ou seja, que “obrigaram” o governo a ocupar o terreno que se convencionou ser o do “centro” e até mesmo o do centro direita. Opções “forçadas” pelas circunstâncias e este terreno ocupado, por onde terá de passar qualquer oposição à direita que resista à demagogia do “cavalgar o descontentamento popular" ou do “fazemos melhor do mesmo”, esta última pouco credível face ao registo dos anteriores governos PSD/CDS e que conduziu à queda dos índices de popularidade do partido de Marques Mendes? Sem que isso signifique que o subscreva, aparentemente só pela proposta de um projecto globalmente mais liberal na linha das concepções de alguma opinião publicada, embora extirpado de alguns dos seus (muitos) laivos de irrealismo político e que poderá ir ao encontro das aspirações de alguns grupos etários mais jovens dos centros urbanos. Será isso politicamente exequível numa sociedade com enormes graus de iliteracia e deficiente educação, tradicionalmente avessa ao liberalismo e dependente do estado? Seria isso capaz de ganhar e garantir a conquista do centro político? Seria esse projecto compatível com Paulo Portas e poderia este ser credível enquanto seu líder? De todas as perguntas, penso, talvez apenas esta última possa ter uma resposta, desde já, afirmativa...