Dito isto, e estabelecidas todas estas mais do que suspeitas que são já de longa data, não existiu qualquer mérito nas conquistas desportivas do FCP? Alto, não vamos tão longe. Se o “ressurgimento” do FCP, nos anos imediatamente posteriores ao 25 de Abril, não fica isento de suspeitas ou certezas de ter sido conseguido com recurso a corrupção e tráfico de influências, e se elas foram necessárias, e mesmo imprescindíveis, a essa “alavancagem, uma vez ela conseguida muitas das conquistas e principalmente as europeias são de indiscutível mérito. É claro que sem esse apoio inicial assim conseguido, e quando era necessário vencer uma inércia criada por anos de derrotas, tudo poderia ter sucedido diferentemente, dir-me-ão. Mas o FCP, Pinto da Costa e José Maria Pedroto também souberam aproveitar de forma inteligente o momentum. Lembremo-nos que, fruto do chamado PREC, das nacionalizações, do exílio de uma parte significativa da antiga “classe empresarial” e de uma política económica focada nas exportações, o poder político e económico estava, como nunca esteve e, provavelmente, nunca mais virá a estar, “virado” a norte. Esse foi o “caldo de cultura" que tornou tudo isto possível, aproveitando, por um lado, um certo vazio criado e, por outro, a emergência de novos poderes. E como neste mundo nada acontece por acaso, também não deverá ser por isso que, independentemente de histórias de alcova mais ou menos sórdidas e circunstanciais, seja este o momento do início da curva descendente. Aguardemos, pois...
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