"Crónica dos Anos de Chumbo"
1958 e, de modo mais abrangente, o final da década de cinquenta marcam o declínio do rock & roll. Elvis, depois de assinar contrato com a RCA (o que marca o início do fim, apesar de algumas “faixas” ainda interessantes) e de ficar nas mãos do “coronel” Parker, parte para cumprir o serviço militar na Alemanha e vem de lá a cantar “O Sole Mio” ou, pior, “It’s Now Or Never”. Hollywood e Las Vegas esperam-no. Buddy Holly e Ritchie Valens morrem no já aqui referido desastre de avião. Jerry Lee Lewis suscita o escândalo e espanta os defensores da moral e dos bons costumes ao casar com uma prima de treze ou catorze anos, o que, ao que parece, nem era assim tão pouco habitual nos estados do sul. Chuck Berry é preso sob a acusação de rapto e violação de uma branca, pois claro. Johnny Cash afunda-se no álcool e nas drogas e converte-se ao country. Carl Perkins é vítima de um desastre de carro que lhe custa a carreira e Eddie Cocrhan morre em 1960, em Londres, no mesmo desastre que fere gravemente Gene Vincent. Por último, e para não destoar, Little Richard, cuja homossexualidade já não o ajudava muito no lado conservador da América, dedica-se à religião e retira-se de cena. Voltará ainda em 1964, tornando a sumir-se rapidamente.
No meio de tudo isto – e já não é pouco – surge o escândalo payola. Que se passou? Na época, era habitual as pequenas editoras (fundamentais, tal como as rádios locais, para o surgimento do rock & roll na pujante América do pós-guerra) entregarem aos disk-jockeys uma parte dos seus direitos de autor, como forma de retribuição pelo seu papel no lançamento de novos discos. Esta prática era, evidentemente, ilegal, o que levou a ASCAP (sociedade de autores e compositores mais ligada aos interesses das grandes editoras) a ordenar um inquérito sobre o assunto. Os resultados tiveram como consequência o escândalo que se adivinha, com muitos dos disk-jockeys, que tinham apoiado activamente o r&r, a saírem desprestigiados e a serem postos à margem. Entre eles estará Alan Freed, personagem nem sempre acima de qualquer suspeita mas a quem devem ser concedidos enormes e fundamentais créditos na divulgação da música negra para audiências brancas, das editoras independentes e do r&r na década de cinquenta.
Enquanto as mulheres, como Brenda Lee e Connie Francis, “levantam bem alto a bandeira do r&r” (lá iremos), entra-se na época dos teenage idols, dos boys next door com quem todas as mães da América gostavam as filhas saíssem no sábado à noite. É o tempo dos Pat Boone, Fabian, Frankie Avalon e Annette Funicello, mais os seus beach parties, e, claro, da retomada de controlo do mercado por parte das majors de NY e LA. Ah, pois claro, e é o tempo das “danças”, do twist, madison, mashed potatoes and so on. Mas é tudo isto um desastre assim tão grande? Talvez não tanto, porque o r&r adquire também uma maior qualidade, com melodias melhor construídas, um trabalho de produção mais cuidado e letras menos primitivas, tudo isto graças a alguns compositores e jovens produtores do "Brill Building/Tin Pan Alley", o edifício onde muitas editoras tinham os seus escritórios. É também este o período de oiro dos girls groups, da música "Doo Wop" e, na costa oposta, da surf music. Por todos eles passaremos, e a todos daremos a atenção que merecem, mas fiquemo-nos, agora, talvez pelo mais interessante dos teenage idols, Ricky Nelson, que teve também um papel (o jovem Colorado Ryan) no célebre “Rio Bravo” de Howard Hawks. Ricky Nelson nasceu em New Jersey, a 8 de Maio de 1940, dia que viria, cinco anos mais tarde, a ser o do fim da WWII na Europa. Parece que terá começado a cantar logo depois de uma namorada lhe ter confessado estar apaixonada por Elvis Presley!... Depois de um bem sucedido cover de “I’m Walking”, de “Fats” Domino, “Poor Little Fool” (1958) e “Hello Mary Lou (1961) atingem o #1 do hit parade. É este “Poot Little Fool” que por aqui fica, com a indicação de que com a "British Invasion" a estrela de Ricky Nelson empalidece e, após 1966, ele se dedica à country music, deixando cair o “y” a passando a Rick Nelson.
No meio de tudo isto – e já não é pouco – surge o escândalo payola. Que se passou? Na época, era habitual as pequenas editoras (fundamentais, tal como as rádios locais, para o surgimento do rock & roll na pujante América do pós-guerra) entregarem aos disk-jockeys uma parte dos seus direitos de autor, como forma de retribuição pelo seu papel no lançamento de novos discos. Esta prática era, evidentemente, ilegal, o que levou a ASCAP (sociedade de autores e compositores mais ligada aos interesses das grandes editoras) a ordenar um inquérito sobre o assunto. Os resultados tiveram como consequência o escândalo que se adivinha, com muitos dos disk-jockeys, que tinham apoiado activamente o r&r, a saírem desprestigiados e a serem postos à margem. Entre eles estará Alan Freed, personagem nem sempre acima de qualquer suspeita mas a quem devem ser concedidos enormes e fundamentais créditos na divulgação da música negra para audiências brancas, das editoras independentes e do r&r na década de cinquenta.
Enquanto as mulheres, como Brenda Lee e Connie Francis, “levantam bem alto a bandeira do r&r” (lá iremos), entra-se na época dos teenage idols, dos boys next door com quem todas as mães da América gostavam as filhas saíssem no sábado à noite. É o tempo dos Pat Boone, Fabian, Frankie Avalon e Annette Funicello, mais os seus beach parties, e, claro, da retomada de controlo do mercado por parte das majors de NY e LA. Ah, pois claro, e é o tempo das “danças”, do twist, madison, mashed potatoes and so on. Mas é tudo isto um desastre assim tão grande? Talvez não tanto, porque o r&r adquire também uma maior qualidade, com melodias melhor construídas, um trabalho de produção mais cuidado e letras menos primitivas, tudo isto graças a alguns compositores e jovens produtores do "Brill Building/Tin Pan Alley", o edifício onde muitas editoras tinham os seus escritórios. É também este o período de oiro dos girls groups, da música "Doo Wop" e, na costa oposta, da surf music. Por todos eles passaremos, e a todos daremos a atenção que merecem, mas fiquemo-nos, agora, talvez pelo mais interessante dos teenage idols, Ricky Nelson, que teve também um papel (o jovem Colorado Ryan) no célebre “Rio Bravo” de Howard Hawks. Ricky Nelson nasceu em New Jersey, a 8 de Maio de 1940, dia que viria, cinco anos mais tarde, a ser o do fim da WWII na Europa. Parece que terá começado a cantar logo depois de uma namorada lhe ter confessado estar apaixonada por Elvis Presley!... Depois de um bem sucedido cover de “I’m Walking”, de “Fats” Domino, “Poor Little Fool” (1958) e “Hello Mary Lou (1961) atingem o #1 do hit parade. É este “Poot Little Fool” que por aqui fica, com a indicação de que com a "British Invasion" a estrela de Ricky Nelson empalidece e, após 1966, ele se dedica à country music, deixando cair o “y” a passando a Rick Nelson.
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