Se, como vimos, o exibicionismo de Miguel Sousa Tavares é um exibicionismo sem risco, isto é, sem qualquer hipótese de a sua imagem ser identificada apenas com o facciosismo e demagogia dos seus escritos pró FCP dada essa ser claramente a excepção, haverá quem, a norte, fruto de essa não ser a excepção mas a regra, não tenha medido bem o risco respectivo e apenas se faça notar pelo disparate e pelo ridículo, chegando já ao ponto de atingir as raias do patético. Esta será, de facto, a imagem que, lenta e seguramente, vai construindo. Estou a referir-me a Rui Rio, claro, que nos últimos tempos apenas se faz notar pelo gratuito das atitudes que o fazem stand out from the croud. Se no caso do Rivoli a sua decisão de entregar a respectiva gestão a privados mereceria, pelo menos e numa primeira abordagem, o benefício da dúvida (ideia reforçada pelas atitudes “infantis”, de “esquerda festiva”, dos respectivos “ocupantes”), a sua entrega a Filipe La Féria, qual “rabo escondido com gato de fora”, sem, pelo menos e ao que eu saiba, qualquer decisão no sentido de contribuir para, de algum modo, garantir uma produção teatral minoritária e alternativa na cidade - em conjunto com o modo como foi decretado o “fim dos subsídios” - entra no campo da demagogia e populismo mais rasteiros. O mesmo se pode dizer, claro, da atitude sobre a não aceitação da “tolerância de ponto” no "Boxing Day", como se disso dependesse qualquer incremento da produtividade ou isso pudesse constituir qualquer exemplo para o resto do país. Exemplo, será, mas do patético, e assim ficamos todos sem saber se as suas atitudes iniciais de separar claramente o futebol da gestão da cidade (que, diga-se, como princípio são de louvar, mas também chegaram a atingir a proporção de “birras” de "prima dona") são fruto de uma vontade estrategicamente assumida ou foram apenas mais um episódio (o primeiro de muitos) de afirmação gratuita de uma personalidade provinciana e tacanha.
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