quarta-feira, dezembro 27, 2006

História(s) da Música Popular (22)



Difícil é também classificar Connie Francis, nascida Concetta Franconero a 12 de Dezembro de 1938 na “portuguesa” Newark - New Jersey, mas a sua importância para a música popular é indiscutível, muito por via da Aldon Music, de Don Kirshner, e da dupla Howie Greenfield/Neil Sedaka, ou seja, do Brill Building (lá iremos, mais tarde). Também porque foi a intérprete feminina que mais “entradas” conseguiu no hit parade, com excepção da Srª Dona Aretha Louise Franklin, pois claro, que isto do “respeitinho” é muito bonito!

Como italo-americana que se preza, começou, aos cinco anos, por cantar “O Sole Mio” e, por sugestão do pai (“isto” nem sempre os pais são fonte de sabedoria e bom gosto) gravou em 1958 “Who’s Sorry Now”, uma versão “modernizada” de um êxito de 1923. Depois de ter gravado outros oldies, como “Among My Souvenirs” que chega a #7 do “hit parade”, os êxitos foram “de seguida”, tanto nas “baladas” (Everybody’s Somebody’s Fool chega a #1) como em áreas mais próximas do r&r. De entre estes, salienta-se “Lipstick On Your Collar” (#5) que virá a dar o nome e a ser canção-tema de uma das melhores séries de televisão de sempre, em 1993, da autoria de Dennis Potter (passou na RTP nos anos noventa e era bom que esta a repetisse na RTP Memória).

Mas talvez o seu êxito mais conhecido em Portugal seja “Stupid Cupid” dos ditos Howie Greenfield/Neil Sedaka (esse mesmo, o do “Oh Carol!”) que com ele ganharam um contrato com a então nascente Aldon Music, do produtor Don Kirshner, e assim se mudaram de “armas e bagagens” para o nº 1619 da Broaway, o célebre Brill Building (já disse que, a seu tempo, dedicarei um capítulo inteiro ao assunto). O que é mais curioso é que a versão talvez mais conhecida em Portugal é um cover, com letra e pronúncia em português do Brasil, cantado por uma tal Celly Campelo (morreu em 2003), que, aliás, reincidiu com outro tema de Connie Francis, “Together”, que em português se chamava, salvo erro, “Juntinhos” (pelo menos, faz sentido!). Penso que “Estúpido Cupido” também não terá sido o único cover de Greenfield/Sedaka, mas "isto agora não interessa nada".

Como é habitual, a estrela de Connie Francis entrou em período de fade out com a “British Invasion”, mas aqui fica o testemunho, via “Stupid Cupid”, da sua marca na música popular. "Stupid Cupid" you're a real mean guy!

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