Não, até por formação profissional não nego a importância dada aos mercados na situação que Portugal atravessa. Mas tal é diferente, muito diferente, de considerar os mercados como únicos ou quase únicos destinatários dos actos políticos e/ou da governação, reduzindo os portugueses a meros figurantes e a democracia a uma grotesca caricatura. Quando oiço muitos políticos e comentadores, também eles reféns voluntários dos mercados, reduzirem tudo ao "regresso aos mercados", à "hipótese" de um segundo resgate", à evolução das taxas de juro da dívida, ao "pós-troika" e "ofícios correlativos", chego mesmo à conclusão que então talvez seja melhor pôr um ponto final na hipocrisia e pensar se não seria mais honesto suspender a democracia e dispensar as eleições.
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