António José Seguro acusa o governo de "não ser um governo de palavra", uma vez que "promete uma coisa e faz outra". Tem toda a razão o líder do PS: comparando as afirmações pré-eleitorais de Passos Coelho com a actuação do governo a que preside, a contradição é evidente e até o George W. Bush das "armas de destruição maciça" quase parece ter sido um um principiante na arte da manipulação. Mas tendo dito isto, o problema de Seguro é que sabendo nós o primeiro-ministro é mentiroso, nunca sabemos muito bem se o que diz o secretário-geral do PS é efectivamente o que ele pensa e se o que ele pensa é fruto das circunstâncias ou tem mesmo a ver com as suas convicção e de princípios que assume, já que é perfeitamente capaz de anunciar o fim do mundo com o mesmo tom de voz e expressão com que poderia anunciar o seu contrário. Quer isto dizer que ao votarem Passos Coelho os portugueses sabem muito bem qual o (mau) "retorno de tal investimento", ao passo que se o fizerem em Seguro, podem ter o benefício da dúvida, sim, mas arriscam-se sempre a passar um cheque em branco. É que António José Seguro não tem "espessura", mas talvez tenha sido por isso mesmo que chegou a secretário-geral do partido.
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