Claro que a Associação 25 de Abril tem todo o direito de assumir as opções políticas e ideológicas que entender e Mário Soares a solidarizar-se com elas. Quem sou eu para lhes negar tal direito, principalmente ao segundo, personalidade que merece a minha maior admiração e respeito. Mas tendo sido a instauração de um regime democrático o principal objectivo do 25 de Abril e tendo Mário Soares empenhado toda uma vida na sua defesa intransigente, não podemos negar ser o actual governo, gostemos mais ou menos dele, concordemos ou discordemos da sua ideologia e prática política, uma emanação dessa mesma democracia, tendo sido eleito através do voto legítimo e inquestionável dos portugueses e, no essencial, não tendo até ao momento deixado de respeitar as regras e instituições do Estado democrático. Exactamente por isso, preferia que os militares de Abril e o Presidente Mário Soares, independentemente da opinião que tivessem e têm todo o direito a exprimir sobre o actual governo, honrassem, com a sua presença nas cerimónias oficiais, essa mesma democracia e a decisão legítima dos portugueses.
11 comentários:
Meu caro JC, concordo em absoluto com a posição dos militares de Abril e as de Mário Soares e Manuel Alegre. É verdade que o governo é uma emanação do 25 de Abril, prova que até as revoluções exemplares, podem gerar abortos.
Dizer que o governo não tem desrespeitado as regras é fechar os olhos aos atropelos que têm sido feitos aos direitos de quem trabalha, em nome de um acordo já de si duro, mas que até tem sido suplantado nessa dureza pelos diligentes governantes que se estão positivamente nas tintas para as promessas que fizeram durante a campanha eleitoral.
É verdade, foram eleitos de forma clara e democrática. Mas que têm cumprido do que prometeram? Zero! Com um presidente menos tíbio - olhe, pr exemplo, qualquer dos dois acima mencionados - que tivesse um mínimo de personalidade e visão política, já este governo nào estaria em funções.
Por isso, todo o meu apoio aos militares de Abril, a Mário Soares e a Manuel Alegre
Abraço
Caro Vic:sendo v. um leitor atento deste "blog", sabe que não concordo com muito do que este governo tem feito. Sendo mais claro ainda:não me revejo na essência da sua ortodoxia financeira e do seu voluntarismo político ultra-liberal, que quase parece uma emanação dos "amanhãs que cantam" dos M-L do nosso tempo de juventude. Mas o governo foi democraticamente eleito por uma maioria dos portugueses e, no essencial, estes já sabiam qual seria a sua linha política, independentemente das tais mentiras que refere. Mais, dizem-nos as sondagens que continua a ter o apoio maioritário dos cidadãos e não me parece exista de momento uma alternativa governamental (o PS não existe). Mais ainda: as comemorações têm lugar na AR, a casa da democracia, e isso seria mais uma razão para estarem presentes, honrando-a com tal presença. Claro que tal não impediria que fizessem ouvir a sua voz, um direito legítimo que o 25 de Abril nos concedeu.
Abraço
Claro que sou um tipo que não gosto de perder, tenho mesmo um mau perder, O Glorioso não ganha e quando chego casa tenho vontade de partir a baixela que já vem dos antepassados...
Compreendo a decisão da Associação Vinte e Cinco de Abril, mas, como diria a minha avó materna, trade piaram...
Lá muito no fundo, bem no fundo, admito que não deviam faltar às comemorações oficiais.
A diginidade não pode estar sujeita a desabafos própios , como tu costumas dizer, do "povo da SIC".
Porém, como há gente que diz, mesmo polemicamente, as coisas melhor do que eu possa dizer, cito José Saramago nos seus "Cadernos de Lanzarote", entrada do dia 25 de Abril de 1997:
"Exemplar e oportuno, Vasco Lourenço acaba de produzir uma importantíssima declaração, contribuindo, como só ele poderia, para as alegrias deste dia fasto:
"Se fosse preciso, faria outro 25 de Abri..." Dá vontade de lhe dizer que teria podido consegui-lo facilmente se não tivesse ajudado tanto a fazer o 25 de Novembro..."
É a maçonaria no seu melhor JC, andam em guerra e depois é o que vemos!!!
Deixe lá os "maçons" em paz, cara Karocha!Agora descobriram essa história que já serve de justificação para tudo.
Gin-Tonic: na origem do programa dos capitães estão os chamados 3D: democratizar, descolonizar, desenvolver. Descolonizámos, o melhor que nos foi possível, nas péssimas condições herdadas da ditadura e num contexto político mtº complicado. Somos hoje em dia uma democracia consolidada. Com defeitos, claro, embora não tantos como por vezes julgamos se comparados com democracias bem mais antigas e maduras.Mas a democracia é por definição imperfeita - e ainda bem. O país desenvolveu-se:o Portugal de hoje nada tem a ver com o país pobre e atrasado, política, social e economicamente,quase sem classe média, dos anos 70. Somos um país desigual? Bastante. Estamos a atravessar um período de retrocesso? Sem dúvida. Estamos desiludidos com esta situação e com o governo? Com a situação, estou; com o actual governo, nunca me iludi. Mas só em democracia podemos ultrapassar estes problemas e, quer queiramos, quer não, este é o governo legítimo do país. Por aqui, ao meu nível e s/ veleidades, vou tentando ter alguma acção didáctica para que as coisas vão mudando. E tb fico "piúrço" quando os meus não ganham, SLB à cabeça.
Abraço
Claro que serve para justificar tudo JC
São todos maçons e de diferentes lojas e estão em guerra.
E para que saiba, consta para quem está no meio que o LFV. já é maçon!!!
Eu sei do que falo JC, nunca comento ao deus dará...
O LFV "maçon"? A maçonaria deveria estar mesmo pelas ruas da amargura...
Claro JC
E quem me disse foi um amigo meu maçon!
Estão desesperados e em guerra interna.
Pois que se matem e esfolem, Karocha!
Solidarizo-me com os capitães de Abril e não verei as cerimónias pela televisão!
Já cá faltava o Saramago, o censor-mor do Diário de Notícias e o controleiro do PC que despediu jornalistas...
Nem Cunhal o quis para director do Diário.
Caro anónimo:
A sua opinião, e todos temos direito a tê-la, como certamente, por saber e experiência, entenderá daria pano para mangas e, naturalmente, uma caixa de cometários não é o local indicado para que isso aconteça.
Um amigo meu costuma dizer: isso são coisas para se tratrem à volta de umas cervejolas e de uns tremoços...
Pode ser que um dia aconteça.
Um abraço
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