quarta-feira, abril 25, 2012

Os cravos e o governo

Sim, eu sei que vão ser acusados de oportunismo e o que mais adiante se verá. Mas gostei de ver os membros do governo ostentando cravos encarnados (mas atenção, manda o "dress code" ser na lapela e não no bolso) na sessão comemorativa de hoje da Assembleia da República. Já há muito teria sido tempo de todos aqueles que se reconhecem na liberdade e na democracia assumirem o 25 de Abril e o seu símbolo mais emblemático também como seus. Espero que um dia todos decidam também associar-se às comemorações de rua, retirando ao PCP e seus vários "compagnons de route" de ocasião o respectivo monopólio.

4 comentários:

Rini Luyks disse...

Lamento caro JC mas estou em pleno desacordo. Não só considero oportunismo, mas mesmo cinismo perverso este governo andar com cravos na lapela, não são as imagens e palavras que interessam, são os actos.
Um governo escravos da Troika, a massacrar a população, não obrigado!

JC disse...

Caro Rini Luyks:
Em 1º lugar não há que lamentar saudáveis discordâncias; elas são mtªs vezes o ponto de partida para nos enriquecermos. Em 2º lugar,podemos ou não concordar com este governo (e eu não só não votei nele como discordo da sua estratégia, no essencial), mas é um governo democrático e legitimamente eleito. Portanto, tem todo o direito a comemorar o 25 de Abril e assumir um dos seus símbolos. Para lhe dar um exemplo contrário, já estaria em desacordo se visse Alberto João Jardim, que todos os dias desrespeita a mais elementares regras do Estado de Direito, usar um cravo encarnado na lapela.
Cumprimentos

gin-tonic disse...

Não resisto a citar um amigo meu:

Assim como se o Pinto da Costa fosse celebrar uma vitória do Benfica sobre o Porto, pusesse um cachecol vermelho, e ouvisse embevecido um coro a cantar o "Ser Benfiquista".

JC disse...

Bom, não é a mesma coisa. O 25 de Abril é, na sua essência, a liberdade e a democracia. O resto (o Estado social, os direitos dos trabalhadores e das minorias, o desenvolvimento, a melhoria das condições de vida, etc, etc,) foram os portugueses que o decidiram posteriormente com o seu voto, as suas lutas e esforço e por aí fora. Claro que tem origem na liberdade e condições políticas proporcionadas pelo 25 de Abril, mas não "é" o 25 de Abril. Não acho a data deva dividir a esqª e a dtª, mas os democratas e os que o não são.