quarta-feira, abril 11, 2012

Parque Escolar: conversa a mais

Peço imensa desculpa - principalmente a Maria de Lurdes Rodrigues, a melhor ministra da Educação do Portugal democrático -, mas o que está em causa nas audições parlamentares e tem de ser apurado não é se as obras realizadas pela Parque Escolar eram ou não necessárias e se foram as adequadas (em ambos os casos, não me custa admitir que sim), se o seu custo por metro quadrado foi inferior ou superior ao de outros países, se as obras foram ou não importantes e indispensáveis para reanimar a economia em tempo de crise (na altura, toda a gente achava que sim e eu ainda hoje tenho a mesma opinião) e outras coisas do mesmo género. O que está em causa e deve ser apurado é se as obras cumpriram ou não o orçamento aprovado para a sua realização (e se não cumpriram quais as razões para tal, que até podem ser relevantes e aceitáveis), se existiram ou não irregularidades ou ilegalidades na sua aprovação e execução, enfim, se cumpriram o que estava legal e contratualmente estabelecido e se isso não aconteceu quais as justificações respectivas - que, repito, até podem ser relevantes. O resto, desde as explicações das ex-ministras para justificar a bondade das obras às perguntas demagógicas de PSD/CDS/PCP e BE para tentar tramar os governos PS, será com certeza politicamente muito interessante e deve ser discutido, mas nada tem a ver com o objecto das audições, que deveria estar centrado no conteúdo do relatório do Tribunal de Contas. Mas gostam todos muito de se ouvir...

2 comentários:

simon disse...

deves ser muita estúpido, ó maltês, se da melhor ministra da educação, melhor dito, a vaca gorda, não se aproveita mais que o prejuízo, sobre um grande, triste, riso

Queirosiano disse...

Concordo que Maria de Lurdes Rodrigues foi provavelmente a ministra da Educação mais consistente e com o pensamento mais estruturado dos últimos anos. Aconteceu-lhe o mesmo que a Correia de Campos: quem incomoda, mesmo que pelas melhores razões, raramente sai incólume.

O resto, o que estamos a ver no Parlamento, é a demagogia habitual dos partidos de protesto e o aproveitamento dos outros para um ajuste de contas.