Ontem, nos seus comentários na SIC Notícias ao jogo Barça-Chelsea, David Borges, que parece ser de opinião que qualquer derrota do Barça é injusta, referiu duas questões relativas ao futebol do FC Barcelona que retive. Em primeiro lugar, em tom de elogio, afirmou que o futebol de "Pep Guardiola & Seus Jogadores Amestrados" quase parecia "ballet". Depois, como crítica, que a equipa não tinha um "plano B" para pôr em execução quando o plano habitual não funcionasse. Ora vamos lá ver, cada coisa de sua vez:
- Onde vê David Borges razões para elogio, vejo eu razões para crítica. Porquê? Bom, quando quero ver bailado vou à Gulbenkian, ao Olga Cadaval ou onde quer que o possa fazer. Se vou a um estádio é para ver futebol, bom futebol, algo que tem expressão atlética e beleza próprias que se não confundem com quaisquer outras, muito menos com "ballet". A analogia é tão ou mais estúpida quanto aquela "boutade" de Artur Jorge de ouvir música erudita quando via um jogo na televisão. Quando o faço, o que quero é ouvir os sons dos estádio, os cânticos dos adeptos, os gritos de incentivo dos treinadores. Convém no entanto lembrar que este tipo de analogias com a dança tem raízes profundas, pois dizia-se do Brasil de antigamente que jogava como se sambasse. Enfim, prova-se que a parvoíce passa facilmente através das gerações.
- O Barça não tem um "plano B" porque com aquela ideia de jogo muito específica, ultra-mecanizada, tão diferente de qualquer outra, e com os jogadores contratados, formados e formatados para ela, o tal "plano B", qualquer que ele fosse, nunca funcionaria com um mínimo de eficácia. Alguém está a ver esta equipa do Barça, de repente e a meio de um jogo, começar a jogar em transições rápidas (com a equipa contrária acantonada na sua área?) ou, com jogadores de 1,70m, em correrias até à linha de fundo e centros para a grande-área? Enfim... era melhor que David Borges pensasse um pouco antes de dizer coisas destas.
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