Neste país, se um membro do governo conta uma anedota de mau gosto sobre alentejanos é obrigado a demitir-se. Se um outro faz "corninhos" a um membro do parlamento, idem, idem. Se um jornalista comemora em directo um golo do SLB é demitido. Enfim, assumo que, mesmo no último caso, nada de fundamental tenho a opor e compreendo as decisões. Mas se o mais importante ministro de um governo assume que se baralhou sobre um assunto que envolve um corte substancial nos salários e pensões de, no mínimo, umas centenas de milhar, para não dizer bem mais de um milhão de portugueses, tendo defraudado as suas expectativas legítimas num assunto que, mais a mais, está longe de ser consensual em termos de legitimidade constitucional, diz que foi "um lapso", encolhe os ombros, toda a gente compreende e nem sequer há lugar a um pedido de desculpas formal aos portugueses, o que seria o mínimo exigível.
Se querem saber o que é ausência de rigor e de noção da responsabilidade, falta de sentido do dever e de brio profissional têm aqui um bom exemplo. Que serve também para explicar as razões do atraso do país, pois claro.
2 comentários:
Tem toda a razão JC!
Bom... se a razão movesse o mundo...
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