Para já, e antes de conhecer em detalhe informação mais completa, o acordo de concertação social permite ao governo ganhos importantes do ponto de vista propagandístico: no exterior, perante a "troika" e o eixo franco-alemão (os mercados são outra conversa e aí a "coisa" fia mais fino), e, internamente, quando, fruto das polémicas nomeações para a EDP e Águas de Portugal e dos reflexos do fundo de pensões da Banca na execução orçamental, parecia estar a perder o seu "estado de graça" e a gerar alguma contestação. Quanto à eficácia do acordo, mais tarde se verá, acrescentando, no entanto e como afirmação de princípio, não deve o governo nem ninguém no seu perfeito juízo pensar que a desvalorização do trabalho, o tal "empobrecimento", possa levar o país a parte alguma, no sentido positivo do termo. Muito menos ao aumento de competitividade de um número significativo das suas empresas. Por vezes, questiono que empresas estão maioritariamente representadas nas confederações patronais, e se é com esse tipo de empresas que o país pretende de facto progredir e aproximar-se de padrões civilizacionais avançados.
Uma nota para a CGTP: não contestando possam existir razões atendíveis e de peso para se ter posto antecipadamente à margem, o facto de ser esta a sua atitude sistemática retira qualquer peso a esta sua decisão.
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