Eis uma notícia do "Público" que, qual rabo escondido com gato quase todo de fora, tem todo o ar de "encomenda". De Belém? É possível: Cavaco Silva tem todo o interesse em demarcar-se de Vítor Gaspar e tem enviado suficientes recados nesse sentido. Depois do triste episódio das "pensões", tem também todo o interesse num "comeback" a preceito. De uma parte do PSD, que com Ferreira Leite e Pacheco Pereira em destaque tem feito os impossíveis por fragilizar o governo? Também, o que não é nada incompatível com uma acção concertada que envolva o Presidente da República. Do PS, cuja colagem ao Presidente da República tem sido por demais evidente? A actual direcção do partido teria todo o interesse nisso, mas não penso tenha hoje em dia qualquer capacidade para influenciar quem ou o que quer que seja. De Passos Coelho? Do CDS e de Paulo Portas, interessados em verem-se livres de um elemento que concentrou em si demasiado poder e já demonstrou fragilidades? Demasiado "far-fetched": é improvável que tal não os fragilizasse simultâneamente, actuando assim como aprendizes de feiticeiro. Poderíamos continuar por aqui, num exercício não de "chercher la femme" mas de averiguar para onde aponta a estrela. Eu diria que aponta para Belém, mas esta, por tão fácil, não seria seguramente a resposta que me daria direito a ganhar "um milhão de dólares".
De qualquer modo: mais importante do que para onde aponta a estrela é o que a notícia revela, se tal ainda fosse necessário, sobre o jornalismo actual: a sua promiscuidade com a política e com os interesses em jogo. Interrogo-me, contudo, se no actual "estado da arte" as coisas poderiam funcionar de outra maneira.
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