quinta-feira, janeiro 12, 2012

Um país ensandecido...

O país ensandeceu... Definitivamente, perdeu e o juízo e o decoro. Tornou-se estúpido, potenciando o pior que existe em si. A sua intelectualidade, aquilo a que deveria chamar-se "elite" (e uma sociedade é muito daquilo que forem as suas elites), a sua "intelligentsia" perde horas horas a fio, dias, a discutir algo que não deveria merecer mais de um minuto de conversa: se um político "maçon" deve ser obrigado a declarar esta sua filiação, obrigatoriedade que, a acontecer, constituiria grave violação de um dos princípios básicos do Estado Democrático - começar-se-ia por aí, mas desconhece-se onde acabaria; ouve, sem grande espanto, uma venerável anciã, conselheira de Estado, ex-ministra e ex-líder de um dos seus principais partidos políticos, propor uma género de "endlösung" à portuguesa, tendo como único objectivo poupar dinheiro ao Estado à custa da morte de alguns dos seus cidadãos; à esquerda, nela se incluindo uma parte do partido socialista - o que é lamentável - investe-se contra um bem sucedido grupo económico, dos poucos que se internacionalizou com dimensão, porque ousou, legal, legitimamente e num acto de boa gestão, transferir a sua "holding" para um outro país comunitário, no cumprimento de um direito que lhe assiste e tendo como objectivo o seu fortalecimento e o normal desenvolvimento dos negócios; no desporto, pasma-se ao ver um clube prestigiado, outrora dirigido por gente educada e cordata e que me habituei a respeitar enquanto rival, assumir como seus os comportamentos à margem da lei de um grupo de energúmenos que se auto-intitula de "claque". Ah!, e posto isto não quero falar de um primeiro-ministro que resolveu fazer, agora no governo, tudo ao contrário do que afirmou em campanha eleitoral, porque disso, infelizmente, já vamos tendo, desde há muito, dose suficiente para não estranharmos.  

2 comentários:

Tiago disse...

Leio-te e lembro-me sempre da inaptidão actual, ancestral e transversal da nossa sociedade em geral, em termos macros, ou seja enquanto país, em conseguir traçar um plano estratégico de desenvolvimento com respectivos objectivos mensuráveis e temporais, apoiado nos seus pontos fortes, eliminando os seus pontos fracos, aproveitando oportunidades e evitando/trabalhando as ameaças.

O resultado está à vista de forma trágica, como (bem) descreves, agudizado pela conjuntura desfavorável que transforma tudo em actos ainda mais absurdos, para além desta tendência nacional para a parvoíce, particularmente grave por quem tem responsabilidades de governação.

Mas, analisado à lupa, não é mais do que um desgoverno exacerbado causado por uma falta de orientação estratégica clara.

As consequências para quem aqui vive(rá), e para o país enquanto elemento unificado de pessoas, que se quer próspero, são e desenvolvido, essas serão bem mais graves do que actualmente parecem!

abraço

JC disse...

Olha, já nem sei que mais diga...
Abraço