Fabian - "Hound Dog Man" (Doc Pomus - Mort Shuman)
Doc Pomus e Mort Shuman (II)
No período de refluxo do "rock and roll", entre 1958 e a “british invasion”, a indústria tentou aproveitar da melhor maneira o mercado emergente dos baby boomers, da nova cultura adolescente, recorrendo aos chamados teenage idols, aproveitando o novo “estilo” lançado pelo "rock and roll" mas extirpando-o das suas origens mais populares, mais working class dos brancos pobres como Elvis Presley. Também menos próximo das suas origens negras, da sua faceta marginal, rebelde e contestatária, aproximando-o assim da classe média, das high schools dos brancos. O cinema ocupou nessa estratégia um lugar primordial, sendo por isso necessário que esses teenage idols tivessem um look bem comportado e bem parecido, de traços suaves, de preferência com cores de pele e de cabelo que os afastassem de quaisquer vestígios de afro-americanidade. Foi a época de Bobby Rydell, dos beach parties de Frankie Avalon e Annette Funicello (os italo-americanos também foram assim contemplados), dos pijama parties e, até, da emergência da nova cultura surfista californiana que nos haveria (imaginem!), contudo, de conduzir a uma nova categoria no "pop/rock" e no "rock" instrumental: a "surf music". No limite, a um álbum-chave da música e da cultura popular america e mundiais, "Pet Sounds".
Talvez o mais interessante desses teenage idols tenha sido Ricky Nelson (1940 – 1985), misturando em doses convenientes baladas xaroposas (“Hello, Mary Lou” e “Poor Little Fool” são canções das quais fujo quase tão depressa como de uma cobra – atenção, sofro de ofidiofobia) e temas mais próximos do "rock and roll" e até da cultura creola de New Orleans ("I’m Walking" de Fats Domino). Estará para os cinéfilos sempre ligado à personagem de Colorado naquele que seria para todo o sempre um western de referência (“Rio Bravo”, de Howard Hawks), onde também não se coibia de dar um ar da sua graça de intérprete canoro (o tema de Dean Martin no filme, “My Rifle, My Pony and Me, é, contudo, bem mais interessante).
Bom, mas esta história toda vem a propósito de quê? Ah, já sei, de outro dos teenage idols, Fabian (Filadélfia 1943), de seu nome Fabiano Forte, como diria o já desaparecido Alves dos Santos agora que estamos em época de futebol. Pois o tal Fabian (que também andou pelo cinema e até fez uma "perninha" no "Dia Mais Longo" - mas quem não fez?), para mim, é dos teenage idols aquele cujos temas mais próximos estariam do "rock and roll" original (com algum esforço, claro). “Tiger” foi o seu tema mais famoso (#3 em 1959, mas oiçam também "Turn Me Loose"), mas Doc Pomus e Mort Shuman escreveram para ele este “Hound Dog Man” (#9 no mesmo ano), muito à Presley de quando este ainda era coisa que se ouvisse. Querem ver como tenho razão?
Talvez o mais interessante desses teenage idols tenha sido Ricky Nelson (1940 – 1985), misturando em doses convenientes baladas xaroposas (“Hello, Mary Lou” e “Poor Little Fool” são canções das quais fujo quase tão depressa como de uma cobra – atenção, sofro de ofidiofobia) e temas mais próximos do "rock and roll" e até da cultura creola de New Orleans ("I’m Walking" de Fats Domino). Estará para os cinéfilos sempre ligado à personagem de Colorado naquele que seria para todo o sempre um western de referência (“Rio Bravo”, de Howard Hawks), onde também não se coibia de dar um ar da sua graça de intérprete canoro (o tema de Dean Martin no filme, “My Rifle, My Pony and Me, é, contudo, bem mais interessante).
Bom, mas esta história toda vem a propósito de quê? Ah, já sei, de outro dos teenage idols, Fabian (Filadélfia 1943), de seu nome Fabiano Forte, como diria o já desaparecido Alves dos Santos agora que estamos em época de futebol. Pois o tal Fabian (que também andou pelo cinema e até fez uma "perninha" no "Dia Mais Longo" - mas quem não fez?), para mim, é dos teenage idols aquele cujos temas mais próximos estariam do "rock and roll" original (com algum esforço, claro). “Tiger” foi o seu tema mais famoso (#3 em 1959, mas oiçam também "Turn Me Loose"), mas Doc Pomus e Mort Shuman escreveram para ele este “Hound Dog Man” (#9 no mesmo ano), muito à Presley de quando este ainda era coisa que se ouvisse. Querem ver como tenho razão?
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