segunda-feira, junho 30, 2008

Faits-divers de uma final

  • Momento do Europeu: quando Iker Casillas deu dois beijinhos á Rainha Sofia, que, aliás, ganhou em 2004 (é grega de nascimento - a propósito e para aqueles que acham que Deco e Pepe não deveriam jogar por Portugal por não terem nascido portugueses: por ter nascido grega e apenas ter adquirido a nacionalidade espanhola pelo casamento, Sofia da Grécia deveria poder ser Rainha de Espanha?) e em 2008. Também quando, ao festejar o golo, a Rainha ajeitou a saia para não se descompor.
  • Nunca vi tantas bandeiras de Espanha juntas, nem nas manifestações de extrema-direita. Mesmo quando Fernando Alonso foi campeão do mundo, durante largos minutos só vi bandeiras do Principado das Astúrias. Depois, a custo e como que envergonhada, lá apareceu uma bandeira de Espanha. No “Tour”, nas etapas dos Pirinéus, aí só aparecem Ikurriñas.
  • Ganhou um país cuja selecção não equipa com as cores nacionais, mas com as cores da sua federação, o que é bem mais correcto já que as selecções não representam os países mas as federações respectivas. Curiosamente, as cores do equipamento da selecção de Espanha são as cores da república. No caso da Alemanha, nem as cores do país nem da Federação respectiva (verde). Herança prussiana, acho, no preto e branco.
  • Foi preciso a polémica recente com a questão da letra para a “Marcha Real” (o hino de Espanha) para não ver os comentadores atrapalhados com o facto de o hino não ter letra. Na realidade tem várias, mas pouco adequadas a serem cantadas em ocasiões solenes e em público.
  • Angela Merkel faz a festa, deita os foguetes e apanha as canas. Ainda bem. Mas podia ter sido menos gélida quando cumprimentou Iker Casillas.
  • O melhor jogador de Espanha no Euro 2008 foi um brasileiro de nascimento, tal como o de Portugal. Neste caso, o único do meio-campo português que teria lugar em sector idêntico da “roja”.
  • Sérgio Ramos lá se enrolou na bandeira andaluza. Se fosse basco ou catalão, ou até galego, o que não teria sido dito.
  • Ainda não consegui ver na TV imagens do País Basco ou da Catalunha. Nesta ainda acredito haja alguns espanhóis (entenda-se: castelhanos e afins) a comemorar. No País Basco, mesmo que tenham vontade não acredito ousem. Mas talvez esteja enganado.
  • Exceptuando Pepe, talvez Ricardo Carvalho, Deco e Cristiano e, vamos lá, Nani como suplente, digam lá que outro jogador português teria lugar “de caras” nesta selecção de Espanha. Já perceberam, então, porque Portugal não ganhou o Europeu?

3 comentários:

Anónimo disse...

VERDAD... ah por ellos.. ah por ellos.. olé olé olá!!!

Anónimo disse...

O Bosingwa tb teria lugar em vez do Sergio Ramos. E entre o Paulo Ferreira e o Capdevilla, venha o diabo e escolha. O Simão tinha claramente lugar tb, o que faz 6 jogadores (os centrais, qualquer deles melhor que os centrais espanhóis, o Deco, o Ronaldo, O simão e o Bosingwa. Ou seja, mais de meia equipa.
A Espanha tinha também o mesmo "defeito" de Portugal, um meio-campo de baixa estatura, mas souberam foi contrariar isso com um guarda-redes que sabe sair dos postes, um lateral que dobra bem os centrais e evitaram fazer faltas em cima da área!

Mas uma comparação entre as duas equipas parece-me um bom post para o blog. Parece-me que a principal semelhança é o treinador: polémico, nas tintas para o que dizem os media (ver caso Raul vs Baia) mas um grande psicólogo de Grupo.

JC disse...

Não concordo quanto ao Sérgio Ramos, que acho mais consistente que o Bosingwa, principalmente a defender e a dobrar os centrais (é um central de origem). Quanto ao Simão, se na selecção portuguesa é tacticamente muito útil pois equilibra o meio campo, no caso de Espanha jão não teria a mesma utilidade, até porque a equipa tem um pivot defensivo excepcional. Fico na minha: centrais, Deco e C.R.