"O que aconteceu e não devia ter acontecido" (a expressão é de um Paulo Portas oportunamente ressuscitado do além e mais parece um pedido de desculpas de adolescente a uma donzela arrependida depois de numa noite de copos lhe "ter feito aquilo") está pelo menos a ter duas consequências importantes:
- Deixou de se discutir a substância, isto é, qualquer projecto sobre reforma futura do sistema de pensões (se é que este governo o tem, do que duvido) e passou a discutir-se a espuma das coisas: a "comunicação" do governo, as suas lutas internas, a falta de sintonia entre governantes, etc, etc. Não digo que isso não tenha a sua importância, mas neste caso a forma é claramente secundária face ao conteúdo. E como espuma que é, desvanecer-se-à rapidamente.
- É um verdadeira "ternura" ver alguns dos mais fervorosos jornalistas e "media" defensores deste governo, capazes de todas a acrobacias e atentados deontológicos para o fazerem, transformarem-se rapidamente em críticos (sem sequer passarem pela cada da partida e receberem os dois contos) quando está em causa a defesa da corporação e a idoneidade da entidade patronal. Uma verdadeira "ternura", mesmo.
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