Foi ontem exibido o último episódio da série documental "A Guerra", realizada por uma equipa dirigida por Joaquim Furtado. Sobre a excelente qualidade da série já me pronunciei várias vezes, pelo que me parece desnecessário repetir o que escrevi. Mas deixo duas perguntas:
- Para quando o devido reconhecimento a Joaquim Furtado, por exemplo, e agora que se aproxima o dia 10 de Junho, com a entrega de uma mais do que merecida condecoração a si e à sua equipa? Ou um qualquer grau "honoris causa" concedido por uma Universidade prestigiada em função do trabalho histórico realizado?
- O que me espanta, depois de ter visto a série de "fio a pavio", foi pensar como foi possível a um país europeu e ocidental como Portugal, então o mais pobre da Europa, manter durante treze anos (treze!!!) uma guerra em três frentes que se sabia nunca poderia ser vencida (ou mesmo perdida) e que só poderia terminar como, de facto, terminou: com a queda mais ou menos abrupta do regime que a sustentava. Isto prova, mais uma vez, que mesmo um regime político que se pretendia elitista, governado por uma "soit disant" elite, como pretendia ser a ditadura de Salazar e Caetano, não está imune (ele, os seus dirigentes e seguidores) a ser tomado por um ataque crónico de demência ou um surto perene de loucura. Estranho é existir quem ainda defenda que o resultado poderia ter sido outro. Prova-se que isto da loucura é mais grave do que parece e atinge mesmo alguns que, à partida, poderiam parecer imunizados. À bon entendeur...
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