A CGTP é o "braço" do PCP no movimento sindical. Assim sendo, e arvorando-se o PCP em partido/vanguarda da classe operária e atribuindo o marxismo-leninismo a esta classe o papel histórico do derrube do capitalismo, tal como o "partido" não se dilui na "frente" e esta só tem sentido se por ele hegemonizada, também a CGTP tem como objectivo dominar a cena sindical e fazer com que esse mesmo movimento sindical reflicta, a cada momento, as posições do "partido". E para que o PCP assuma esse papel histórico, atinja esse objectivo, nada pior do que uma UGT autonomizada do poder, mais independente, reformista e que insira a negociação na sua estratégia, não como um objectivo em si mesmo, mas como uma meio para conseguir alcançar alguns objectivos importantes para os trabalhadores e para o movimento sindical. E bastou a mudança do secretário-geral da UGT, cedendo o inconsequente João Proença o seu lugar a um Carlos Silva que, pelo menos, tenta parecer mais independente do poder, para fazer soar as campainhas de alarme e lançar a confusão na Vítor Cordon.
Digamos que é a esta luz, e acho que apenas a esta, que se deve analisar a reacção de Ana Avoila (assim a modos que um ersatz de Heloísa Apolónia no movimento sindical) à hipótese de uma greve geral conjunta da função pública, tal como é esta mesma estratégia que tem estado na base das recorrentes tentativas do PCP para boicotar o trabalho da comissão de trabalhadores da AutoEuropa, dos poucos, ou talvez o único caso de sindicalismo reformista sério em Portugal. Ignorar isto é ignorar os fundamentos do marxismo-leninismo, a "natureza de classe" do PCP e as práticas que a ambos se subordinam. Difícil é perceber como que vem da esquerda comunista parece não o entender na plenitude.
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