quinta-feira, maio 02, 2013

A propósito do 1º de Maio

  1. Nunca, desde que Portugal vive em democracia plena, os portugueses (e os imigrantes que connosco convivem) - assalariados, a grande maioria dos empresários (grandes, médios e pequenos), funcionários públicos, reformados e pensionistas, classe média, viram a sua vida, o seu presente e o seu futuro, as suas perspectivas de trabalho, desenvolvimento e rendimento, a liberdade, enfim, tão ameaçados. E, no entanto, foram estes mesmos portugueses que elegeram este PSD de Gaspar e Passos Coelho, deram duas presidências a Cavaco Silva e, excepto no caso da manifestação de 15 de Setembro de 2012, contra a TSU, se mostram incapazes de sair à rua, deixando esta entregue aos rituais, estimáveis mas repetitivos, das centrais sindicais e PCP e os protestos entregues ao comodismo inconsequente e à maledicência dos "fóruns de opinião". Não vou dizer têm o que merecem, mas lamento dizer que terão de fazer algo mais para conseguirem reverter a actual situação.
  2. Gostaria de ter visto António José Seguro e a direcção e deputados do PS nos desfiles do 1º de Maio e do 25 de Abril, em vez do partido se ter limitado à presença oficial envergonhada de um seu obscuro dirigente nas manifestações de ontem de UGT e CGTP. No fundo, grande parte do mundo do trabalho revê-se em muitas posições do PS e vota no partido, estando certo gostariam de ter visto os seus dirigentes junto de si, no desfiles, em conjuntura tão difícil. Mas enquanto o PS tiver vergonha da "rua", como se isso o inibisse ou enfraquecesse no seu indispensável papel de partido interclassista, moderado e de poder, dando primazia a jogos de bastidores envolvendo um Presidente da República que nunca escondeu ser seu adversário político, não se pode esperar nada de essencial mude. 

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