Pedro Passos Coelho baixou claramente o tom do seu partido depois da audiência com Cavaco Silva. Agora, o PSD já não parece tão intransigente quanto ao aumento de impostos, disponibilizando-se “para viabilizar um orçamento”, mas “não um orçamento qualquer”. Parece-me assunto arrumado, até porque nem o governo, nem o PS, nem o país ou a UE se podem dar ao luxo de um “orçamento qualquer”. Temos pois, à evidência, um Pedro Passos Coelho AC e um Pedro Passos Coelho DC. Felizmente, acrescento.
Resta saber, como resultado desta espécie de “trade off” político, quem mais tem a ganhar. É óbvio que, com a influência de que deu mostras e a quase certeza da viabilização do orçamento, o actual Presidente da República vê a sua posição e putativa recandidatura fortalecidas, embora pouco precisasse de tal coisa pois parece ter a reeleição garantida. Quanto a Passos Coelho, se, com a mudança de atitude, deu mostras de pouca coerência política e, face à anterior intransigência, quase assumiu tacitamente a responsabilidade pela ruptura das negociações com o governo, o que nunca cai bem no eleitorado, também acaba a demostrar um certo bom senso patriótico e atitude de estadista, algo que os portugueses costumam aplaudir. Não nos esqueçamos que foi com atitude semelhante que o PSD começou a liderar nas sondagens; aguardemos, pois, pelas próximas. Com muita tranquilidade, claro...
Resta saber, como resultado desta espécie de “trade off” político, quem mais tem a ganhar. É óbvio que, com a influência de que deu mostras e a quase certeza da viabilização do orçamento, o actual Presidente da República vê a sua posição e putativa recandidatura fortalecidas, embora pouco precisasse de tal coisa pois parece ter a reeleição garantida. Quanto a Passos Coelho, se, com a mudança de atitude, deu mostras de pouca coerência política e, face à anterior intransigência, quase assumiu tacitamente a responsabilidade pela ruptura das negociações com o governo, o que nunca cai bem no eleitorado, também acaba a demostrar um certo bom senso patriótico e atitude de estadista, algo que os portugueses costumam aplaudir. Não nos esqueçamos que foi com atitude semelhante que o PSD começou a liderar nas sondagens; aguardemos, pois, pelas próximas. Com muita tranquilidade, claro...
2 comentários:
"As últimas semanas foram copiosas em demonstrar que Portugal é um país para se levar pouco a sério. Dois rapazolas transformaram-no num terreiro de berlinde, cada um com um abafador que destinará quem venceu. O pior é que ninguém ganha e todos estamos a perder. Um deles possui um sentido circense que legitima todo o faz-de-conta. O outro manifesta uma devoção ingénua pelo poder que, na realidade, não possui. Ambos resultam desse milagre convencional que nos fez reféns de dois partidos desprovidos de grandeza, intelectualmente asténicos e politicamente impostores."
Baptista-Bastos hoje no "Diário de Notícias"
Devo dizer-te, caro gin-tonic, que aprecio pouco estas análises - sem dúvida literárias e bem escritas - um pouco filosóficas que levam a parte nenhuma. Talvez por (de)formação profissional e pela minha faceta (tenho outras) tecnocrática... Tendo dito isto, BB escreve de facto bem...
Abraço
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