"É fundamental falar verdade aos portugueses" para que o país consiga atingir "o grande objectivo" de redução da taxa do desemprego" – Aníbal Cavaco Silva, Presidente da República.
Muito bem! Então o senhor Presidente da República vai com certeza começar por dizer aos portugueses que grande parte do desemprego é estrutural, que uma percentagem elevada (certamente mais de 50%) da população desempregada não tornará a conseguir emprego, que esse desemprego estrutural é condição necessária à reconversão do tecido empresarial sem a qual Portugal nunca se tornará competitivo e que dificilmente a economia, mesmo crescendo a um ritmo idêntico à média europeia (oh! sacrossanto optimismo!), gerará emprego qualificado para muitos dos jovens licenciados em psicologia, sociologia, direito, etc, que procuram agora a sua primeira ocupação. Mais ainda, acrescentará que o indispensável equilíbrio das contas públicas irá colocar sérios entraves (já o está a fazer) à existência e manutenção a um nível adequado das prestações sociais. No fim, acrescentará que os portugueses terão que ter paciência e pedirá desculpa por ter dado o pontapé de saída, enquanto primeiro-ministro, para um modelo de desenvolvimento que nos conduziu a esta triste situação.
Pode então começar já, Senhor Presidente?
Muito bem! Então o senhor Presidente da República vai com certeza começar por dizer aos portugueses que grande parte do desemprego é estrutural, que uma percentagem elevada (certamente mais de 50%) da população desempregada não tornará a conseguir emprego, que esse desemprego estrutural é condição necessária à reconversão do tecido empresarial sem a qual Portugal nunca se tornará competitivo e que dificilmente a economia, mesmo crescendo a um ritmo idêntico à média europeia (oh! sacrossanto optimismo!), gerará emprego qualificado para muitos dos jovens licenciados em psicologia, sociologia, direito, etc, que procuram agora a sua primeira ocupação. Mais ainda, acrescentará que o indispensável equilíbrio das contas públicas irá colocar sérios entraves (já o está a fazer) à existência e manutenção a um nível adequado das prestações sociais. No fim, acrescentará que os portugueses terão que ter paciência e pedirá desculpa por ter dado o pontapé de saída, enquanto primeiro-ministro, para um modelo de desenvolvimento que nos conduziu a esta triste situação.
Pode então começar já, Senhor Presidente?
3 comentários:
Meu caro "gato", bem podemos esperar (bem) sentados que "sua incelência" o faça. Mas lá que devia, devia. Mas como diz o ditado ( não é bem assim mas é parecido): Olha para o que eu digo, não olhes para o que eu fiz.
Já por aqui várias vezes expliquei que um político falar verdade aos cidadãos, embora louvável, nem sempre é positivo. A História dá vários exemplos em que a mentira (ou a não revelação de toda a verdade) até foi bem positiva e acabou por reverter em favor dos cidadãos. Mas se um político diz que se deve dizer a verdade, então que tome a iniciativa.
Cumprimentos
Pois JC!!!
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