Sim, eu sei que me vão dizer que o filme é ideologicamente talvez demasiado maniqueísta, de um simplismo muito redutor. Por essa mesma ideologia, e também pela etnicidade (passa-se entre a comunidade magrebina de Sète, no sul de França), muito “Bloco de Esquerda”. Talvez, mas, tendo isso em atenção e também se não se importam com muitas espinhas chupadas e tiradas da boca, muita conversa com a boca cheia, promiscuidade quanto baste e algumas banhas a mais (e o suor que se pressente), se isso não os incomoda o suficiente para os afastar de um belíssimo filme, com uma sequência final que me fez lembrar "The Man Who Knew Too Much", é melhor correrem a ver “O Segredo de um Cuzcuz” de Abdellatif Kechiche. Não, não é uma obra-prima, não merece as 5 estrelas que por aí já vi, mas merece bem os 5.50€ e as pouco mais de duas horas passadas no cinema, coisa escassa e rara nos tempos que hoje correm. Mesmo que para isso tenha de abdicar do Indiana Jones, que já não é nenhuma surpresa e nada de relevante e novo deverá trazer ao mundo.
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