domingo, maio 18, 2008

Comida para os "pobrezinhos"...

Parece que o “Público” não se importa que a comida armazenada pelas instituições de solidariedade social (ou seja, a comida para os “pobrezinhos” – era assim que eram tradicionalmente denominados) não se submeta às leis gerais do país, mais especificamente àquelas que regulamentam as condições de higiene e salubridade da sua guarda e permitem mantê-la em perfeito estado de conservação. Ou seja, tanto o “Público” como algumas dessas instituições consideram os “pobrezinhos” cidadãos de segunda. Já se sabia que esse é o “espírito” que normalmente prevalece em muitas iniciativas deste tipo, mas era escusado torná-lo tão demasiado evidente. Bem fez Isabel Jonet, que de imediato declarou que o Banco Alimentar Contra a Fome teria que se adaptar ás novas condições legais. Talvez isto, esta afirmação reveladora de inteligência e consideração por aqueles que necessitam de apoio, explique em parte o enorme sucesso da instituição que Isabel Jonet dirige.

4 comentários:

Anónimo disse...

Portugal é o unico país do mundo ocidental dito civilizado que tem um organismo de estado que deita comida fora que era destinado aos mais pobres.Vejam o que se passa no Canadá,em França ,em New york,as autoridades incentivam as empresas e particulares a darem comida excedente ás associações de caridade.25%dos bens alimentares produzidos nas nossas sociedades de consumo vai parar ao caixote do lixo,a asae contribui para o desperdicio.Nos locais acima citados existem inumeras organizações que que coletam alimentos nos caixotes do lixo e com eles matam a fome a dezenas de milhares de pessoas

JC disse...

Lamento, mas discordo. O que não serve para os cidadãos que pagam, por poder causar danos à saúde, não deve servir para os que não o podem fazer. A pobreza não pode ser sinónimo de ausência de dignidade, para além daquela que já está inerente à própria condição da pobreza - o que já não é pouco. A resposta de Isabel Jonet é por isso exemplar.

Anónimo disse...

Tambem discordo,mas como sabe nas nossas sociedades ricas e de desperdicio,o espectro da fome é uma realidade,por exemplo em França existe uma organização caritativa que tem por nome ;Les Restaurants du Coeur, que forneceram a mais de 700.000 pessoas, 81.7 milhões de refeições gratuitas.3.7 milhões de franceses ganham menos de 645 euros mês.No nosso país sabemos o que se passa.De alguma forma creio que este debate invertido está inquinado por razões politicas e económicas muito suspeitas.

JC disse...

Sinceramente, meu caro anónimo, a mim não me movem quaisquer razões políticas e económicas suspeitas.Mais, reconheço que a fome e a pobreza são um grave problema em Portugal. Por isso mesmo, não tenho qualquer problema (antes pelo contrário)que organizações da chamada sociedade civil, sejam elas quais forem, ajudem a cuidar de quem mais precisa. Merecem-me por isso todo o respeito e louvor. Desde que com total respeito pela lei, pelas normas de higiene e saúde pública gerais e pela dignidade de quem está dependente.
Cumprimentos