O ministro da presidência, Silva Pereira, acaba de passar a certidão de óbito à solução Portela+1 em entrevista a Mário Crespo no “Jornal das Nove” da SIC Notícias. Argumento? A solução não possibilita a criação do já célebre hub aeroportuário que, nas palavras do ministro, “permitiria desviar para Portugal as grandes rotas internacionais” (citei de cor). Nada de novo, claro, mas desta vez dito assim mesmo, “preto no branco” e de forma assaz simplificada para todos o entenderem. Deste ponto de vista, óptimo; nada como falar claro. Mas, senhor ministro, acredita mesmo nessa possibilidade? Verdade, verdadinha que acredita? Se sim, como parece, e para provar que a megalomania não tomou definitivamente conta do estado tal qual mentalidade dominante de um país gerido como se fosse uma gigantesca autarquia, será necessário primeiro que o governo prove tudo isso é possível, mais do que isso provável e com que grau de certeza o pode garantir - bem como o que pode correr mal e quais as suas consequências: não se toma uma decisão sobre um investimento deste tipo em bases voluntaristas, sem definir e quantificar cenários e avaliar os custos de um eventual insucesso. Se não, o caso é ainda mais grave. Tão grave que prefiro mesmo nem sequer o considerar.
Muito mais do que tentar adivinhar ou elocubrar sobre o que se terá passado nas eventuais conversações entre a CIP e o governo – com ou sem intervenção da Associação Comercial do Porto –, assunto que já ocupou tempo desproporcionado face á sua efectiva importância, é esta a questão fundamental.
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