sábado, junho 30, 2007

O Mundial de sub-20

Fui dos que sempre considerei sobrevalorizados os resultados conseguidos pelas selecções portuguesas de futebol nas categorias de formação, dos quais os títulos de 89 (Arábia Saudita) e 91 (Portugal) foram os mais expressivos. Em primeiro lugar, porque sempre considerei que sendo categorias de formação os títulos não seriam o mais importante, dando como exemplo os poucos títulos conquistados nesta categoria (sub-20) pelas principais selecções europeias, algumas campeãs do mundo absolutas por várias vezes. Em segundo lugar, porque era de opinião que esses títulos tinham sido obtidos na base de uma certa "terceiro-mundização" do futebol jovem em Portugal, juntando jogadores em estágios intermináveis tal como, com o objectivo de sobressaírem politicamente através da conquista de títulos, o fariam as selecções de fora da Europa. Era, em certa medida, uma reincarnação futebolística do hóquei em patins “patriótico” dos anos 40 e 50 do século XX, modalidade que se sonegava aos portugueses ser de expansão e expressão reduzidas ou quase inexistentes. Ao “navegar” pelo site “Mais Futebol”, a propósito do Mundial de sub-20 que começa por estes dias, extraí, em prova da minha tese, as seguintes conclusões:
  1. Nunca a Itália (4 vezes campeã do mundo absoluta) ganhou a prova. Nem sequer esteve presente em qualquer final.
  2. A Alemanha (tri campeã do mundo absoluta) venceu apenas uma vez: no longínquo ano de 1981 venceu por 4-0 o Qatar(!) na final. Participou em apenas mais uma final, em 1987 no Chile, tendo perdido com a Jugoslávia 5-4 (gp).
  3. Para além de Portugal (vitórias citadas) e da Alemanha, apenas a URSS, em 1977, a Jugoslávia, 1987 e a Espanha, já em tempos “históricos” - 1999, foram campeãs, esta vencendo na final o Japão(!) por 4-0.
  4. Potências do futebol europeu como a França, a Holanda (ambas com pergaminhos na formação) ou a Inglaterra nunca estiveram sequer presentes numa final. Já não falando de médias potências como a Suécia, Dinamarca, Roménia, etc.
  5. Os grandes vencedores são países não europeus: Brasil e Argentina somam 9 vitórias, contra 6 dos europeus.
  6. Por fim, dos jogadores portugueses mais votados para eleger o melhor do torneio, nenhum deles fez uma carreira de sucesso: Emílio Peixe foi considerado o melhor em 1991, Paulo Torres o 3º no mesmo ano e Dani o 2º em 1995.

E pronto... Disse!

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