O modelo de financiamento previsto para o TGV é aquilo que se pode chamar, no tradicional calão português, uma “esperteza saloia”. É assim: o Estado adjudica a construção da infra-estrutura e a (s) empresa(s) ou consórcio(s) ganhadore(s) obtém o financiamento necessário - paga(m) a obra -, sendo ressarcido(s) através da concessão da exploração por x anos e garantindo o Estado, á partida, uma rentabilidade acordada. Portanto, o Estado, durante esses x anos e a partir da entrada em funcionamento dos comboios, transferirá para o concessionário um valor de "portagem" mais o diferencial entre a rentabilidade efectiva e a rentabilidade acordada, normalmente superior. Teoricamente, será assim que irá funcionar. Que significa isto? Significa que o governo fica para si com a carne (do lombo, note-se), através do crescimento económico e da diminuição do desemprego gerado pela construção durante os próximos anos, não colocando também em causa o programa de estabilização orçamental, e deixa os ossos para a oposição, que espera possa chegar ao poder não antes de 2013. Quando esta, eventualmente e pela normal evolução dos ciclos políticos, tiver oportunidade de lá chegar, o crescimento económico tenderá a abrandar por via do fim da construção da infra-estrutura, o desemprego, uma vez mais, consequentemente irá subir e será então tempo do estado começar a pagar o diferencial acordado às concessionárias sobrecarregando o orçamento. Dá para perceber que o PSD não goste, e não é o melhor começo para se obter um consenso sobre o assunto...
1 comentário:
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