Eu sei que em Lisboa é difícil comprar boas sanduíches, daquelas de salmão com rodelas de pepino cortadas bem finas, de camarões com mayonnaise, de «camembert » com alface ou de atum com ovo cozido e tomate, tudo em fatias de bom pão fresco de centeio escuro. Mas também acho que os portugueses não gostam de ar livre, e lembro-me bem da confusão e estranheza que, quando eu era criança, isso causava no meu pai, protestando contra a falta de boas esplanadas em Lisboa com “anteparos” para aquela nortada típica e “chata” do litoral “a sul e a norte do Cabo Carvoeiro”. Talvez por isso, um dia desta semana em que fazia bom tempo (uns 17 ou 18º, céu aberto sem vento), quando tive que atravessar com prazer aqui o vizinho Jardim da Estrela à hora de almoço o tenha encontrado deserto ou apenas com os velhos reformados do costume, quando seria natural o ter visto repleto de alunos do Pedro Nunes ou de alguns funcionários aqui da zona almoçando as ditas sanduíches e uns tantos sumos sentados nos bancos ou na relva. À mesma hora, os restaurantes atascados e infernalmente barulhentos ali da Calçada da Estrela e do Largo do Rato, toalha de papel, Porta da Ravessa (peço desculpa, mas a marca para mim é um genérico do vinho que me recuso a beber) e chocos com tinta ou feijoada à transmontana, ofereceriam por certo acentuado contraste, em ambiente e número de comensais. Mas pronto, eu é que devo estar cheio de saudades da “minha terra” e da esplanada sobre o Tamisa do "Pub" em frente ao escritório.
3 comentários:
Sanduíches deliciosas, e sem dúvida que PORTA DA RAVESSA não é nome de vinho!...;)
... do frio, da chuva, do nevoeiro, do peixe frito e das batatas fritas ... ai que saudades!
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