Falta à "direita", na sociedade portuguesa, uma questão política fracturante e única, permanente e fundamental, que sirva de aglutinador e permita uma separação clara das águas com tudo aquilo que lhe não pertence e lhe é estranho. Em Espanha ela existe, e depois de resolvida a questão monarquia/república - uma falsa questão nos dias de hoje, mais fruto de ressentimentos históricos do que de antagonismos reais e que Salazar também resolveu cá pelo “rectângulo” – ela está centrada na questão das nacionalidades e na natureza do estado espanhol. Em Portugal, depois de resolvida a questão colonial e tornada obsoleta a opção economia de mercado/economia “estatal”, ela não se vislumbra, o que está a dificultar o rassemblement da direita e o seu necessário “reposicionamento” no “mercado” eleitoral. Veremos o que nos reserva o futuro.
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