Ao demitir-se forçando novas eleições e responsabilizando o PS e o governo por essa demissão, Alberto João Jardim “força” o PSD de Marques Mendes a conceder-lhe o seu apoio incondicional, colocando o partido numa situação de ainda maior fragilidade. É que, em primeiro lugar, tendo em atenção a imagem e os antecedentes de Alberto João a nível nacional, a situação não deixará de criar algum desconforto no seio do partido e mesmo levar ao alheamento de alguns dos seus sectores. Segundo, porque em função dessa mesma imagem global de AJJ, por certo o apoio do PSD traduzir-se-á provavelmente mais por uma perda futura de votos no continente do que por quaisquer ganhos significativos. Por último, e exactamente pelas mesmas razões, enfrentar e afrontar AJJ é popular entre os eleitores, o que talvez signifique que pouco desgaste isso pode trazer para o PS e para governo, não sendo de excluir mesmo algum fortalecimento. Coloca ainda o PSD em rota de colisão com o PR, que promulgou a lei. É este o preço que o PSD irá pagar pela sua condescendência de muitos anos para com tal personagem, ou seja, pelo sacrifício da estratégia à táctica, da inteligência à esperteza. AJJ irá ganhar as eleições, talvez mesmo com uma maioria reforçada. Espero que o PSD resista a fazer disso a sua grande vitória, pois para Marques Mendes e para o partido, a nível nacional, será talvez a de Pirro.
1 comentário:
Só me ocorre que: CÁ SE FAZEM, CÁ SE PAGAM...
O PSD deixou esse cavalheiro à solta. Grave, e não apenas por ser um erro POLÍTICO...
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