sexta-feira, junho 22, 2012

A selecção portuguesa em 5 pontos 5

  1. Pela primeira vez desde Eusébio, a selecção portuguesa tem no seu jogador de maior classe, autêntico "fora-de-série", também um goleador. Por uma ou outra razão, nas anteriores fases finais com Cristiano Ronaldo tal não aconteceu. Ora isso faz toda a diferença.
  2. Esta é também a selecção que melhor futebol pratica desde 66 (era eu adolescente e apesar de ver futebol quase desde que nasci, ou ter nascido a vê-lo, assumo ainda via o jogo com outros olhos). O futebol mudou demasiado para se poderem fazer comparações, mas vê-se que a equipa tem um plano de jogo definido, sabe o que fazer em cada circunstância, assume o jogo e joga no campo todo e sabe esperar, com a confiança das grandes equipas, o seu momento. Provavelmente isso ainda não chegará para ganhar à França, Espanha, Itália ou Alemanha, mas isso é já outra conversa.
  3. Paulo Bento foi até agora o único seleccionador capaz de potenciar na equipa nacional as qualidades de Cristiano. Sem Deco ou Rui Costa a equipa passou a jogar menos "em posse" e mais em transições rápidas ou passes longos; sem a "invenção" de Pepe a "6" também uns bons dez metros mais à frente e a vocação ofensiva de Coentrão e João Pereira permite que Ronaldo apareça no meio sem a equipa perder largura. Bem simples, mas Paulo Bento é homem inteligente e por isso de processos simples.
  4. Pepe, Coentrão e Cristiano têm sido decisivos e um verdadeiro esteio desta equipa (sem desprimor para qualquer dos outros). A "linha directa" entre Paulo Bento e José Mourinho parece estar a funcionar em pleno. Quando duas pessoas são competentes e têm grande confiança em si próprias nunca se importam de trocar ideias, quer isso tenha acontecido ou não.
  5. Como se verifica, competência e seriedade dispensam os terceiro-mundistas beijos na bandeira dos tempos de António Oliveira ou o populismo "peronista" da dupla Scolari/Rebelo de Sousa, sem que isso signifique menosprezo ou ausência de reconhecimento pela capacidade de liderança de "Filipão", personalidade indispensável depois do aventureirismo que caracterizou todo o período "oliveirinha".

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