Contrariamente ao que oiço por aí os "media" afirmarem, não existe qualquer "aventura" ou "sonho" do EURO 2012. Para existir uma aventura é necessário que exista alguma dose razoável de risco, de confronto com o desconhecido, de possibilidade de ter de enfrentar o imponderável. "Aventura" é escalar o Everest, fazer uma viagem à volta do mundo num pequeno veleiro ou embarcar no "space shuttle". E também para que se possa aplicar o conceito de "sonho" é necessário que os probabilidades de alcançar um objectivo sejam de tal modo remotas que nos remetam para o universo do quase impossível, de algo que só se pode mesmo realizar na nossa imaginação.
Ora não me parece que nada disto esteja presente na participação da selecção portuguesa na fase final do Campeonato da Europa onde, para além da equipa portuguesa ser já um participante habitual, tudo é conhecido e foi preparado e organizado meticulosamente, direi quase de modo científico. Para além disso, e embora a selecção portuguesa não seja uma das favoritas, todos também já assistimos a Europeus suficientes para sabermos quão aleatória é por vezes essa condição e que, portanto, embora o título de campeão seja muito complicado de conseguir, alcançá-lo está longe de ser uma quase-impossibilidade que remeta apenas para o sonho. A Dinamarca e a Grécia que o digam...
Claro que sei que o futebol é fundamentalmente terreno de emoções - e é bom que o seja - e que são as emoções que vendem jornais e conquistam audiências. Mas o futebol é também uma indústria de sucesso, a nível mundial e em Portugal, e por isso mesmo é bom que também se guarde alguma racionalidade e rigor quando se trata de analisar estas questões. Para que depois, do sucesso ou insucesso, se saibam tomar as melhores opções para o futuro.
13 comentários:
Aventura é enviar-se para uma competição, em que as dificuldades são conhecidas, uma equipa medíocre a quem até o Supremo Magistrado da Nação pede que nos dê alegrias.
Mas admito que não fosse bem esse o sentido que quiseram atribuir à palavra.
O Sonho é claro: vender papel e ter audiências o mais tempo possível. Aí não há engano.
É uma boa altura para hibernar.
"O treinador Manuel José criticou nesta terça-feira a forma como tem decorrido a preparação de Portugal para o Euro 2012, qualificando-a como “um circo autêntico”."
Publico on line de hoje.
Subescrevo e ainda digo mais: É uma cambada de idiotas!
...Incluindo a grande maioria dos jornalistas...
Queirosiano: digamos que é uma boa altura para só ligar a TV mesmo para ver os jogos, que é o que realmente interessa a quem gosta de "bola".
Rui: em desacordo. Manuel José é um ressaibiado por não ter sido seleccionador e nunca ter tido qualquer sucesso no 1º mundo do futebol. Transformou-se num género de Medina Carreira do futebol. Mas, infelizmente, o populismo vende bem.
Caro Amigo,
Não sei se é populismo ou não. O que sei é que toda esta telenovela sem fim, da vida da seleção, me dá vómitos! É o penteado do CR7, são as declarações de vários idiotias a dizerem que vamos ganhar o Euro, são os constantes auto golos, são os infindáveis diretos sobre a partida dos jogadores para os jogos, para o aeroporto, para a retrete etc... Ele é o irritante Paulo Bento a lamber as botas ao CR7 e a vomitar lugares comuns, em vez de pôr a equipe a jogar como lhe compete. E depois, o que se vê dentro do campo??
Ou seja: ressabiado ou não o Sr. MJ, de quem aliás não gosto, tem toda a razão. E dizer que parece um circo é pouco. A mim parece-me mais de uma casa de meninas mal-educadas em autogestão, já que a patroa é meia tonta.
Numa coisa concordo consigo (e pratico...) : só vejo os jogos, embora não escape por vezes ao bombardeamento de asneiras que o RAP tão bem caricaturou hoje na Rádio Comercial. Aconselho que escute o podcast...
Abraço
Rui
Para ouvir o RAP estou sempre pronto. É para já, a seguir ao 5º set do Tsonga-Djokovic. E, de facto, o politicamente correcto de Paulo Bento tb já me começa a irritar. Mas, simultaneamente, as afirmações de MJ quase começam a forçar-me a torcer pela selecção.
Abraço
Estou como o outro que estendeu na sua varanda: "que se f* a selecção, estou desempregado!".
LT
ié-ié: :-)
Apesar de tudo ontem diverti-me bastante a fazer zapping entre os vários canais, todos eles a fazerem conjecturas sobre o Euro, a retórica do Manel, o maluquinho que pedalou furiosamente até à Polónia, ainda e sempre o sargentão Escolari, o regresso do Madail, o Queiroz on-line do Irão, enfim, acreditem que vale a pena perder um pouco de tempo e andar por ali a vasculhar.
Não vi, caro Rato, mas não tenho razões para duvidar. Desde que se leve na "galhofa", claro.
Mas ainda estás a tempo, caro JC, a dose parece ir ser servida diariamente. Experimenta fazer zapping hoje à noite, lá pelas 10 e tal.
Hoje há os sub-21. Deverão estar para aí voltados. Mas não me vou esquecer do zapping.
Não estando desempregado, também quero que a (esta)selecção se f*#a!
O que significa que não é a situação laboral que origina o desejo!
Manuel José, para fazer valer o seu ponto de vista esticou a sentença!
Mas mais esticada ou mais mitigada não deixa de ser uma sentença correcta!
As têvês, as gálpes, têémiénes, bejecas e quejandos é que estipulam a agenda dos eleitos dos empresários que o riscómeio assinou no fim!
Senão, o que me interessa saber onde ia o riscómeio sentado quando o avião levantou voo e que volta o mesmo deu antes de rumar lá às Pauluskas e Katiuskas?
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