A moção de censura ao governo apresentada pelo PCP é um exemplo típico daquela frase que víamos escrita nas passagens de nível de antigamente: "atenção, um comboio pode esconder outro". Ou seja, sob a capa da "censura ao governo", o que o PCP pretende, de facto, é, aproveitando o mau momento do BE e a derrota do Syriza que o "Bloco" quis transformar numa espécie de "vitória moral", ganhar vantagem sobre o partido ainda dirigido por Louçã, o único que tem alguma coisa a perder na circunstância. De facto, ao abster-se (a única posição possível), o PS tem possibilidade de vincar mais uma vez o seu "posicionamento" como "oposição responsável", que não se deixa "seduzir" por radicalismos, ao mesmo tempo que ao governo PSD/CDS é dada de "mão beijada" a oportunidade de demonstrar que só a extrema-esquerda se lhe opõe de modo radical. Perdida assim a iniciativa, ficam pois Louçã e o "Bloco" com a "criança nos braços", obrigados a jogar o jogo de um partido do qual, em termos práticos e pese embora o esforço e a imagem de alguns dos seus militantes mais mediáticos, como Daniel Oliveira, cada vez menos se distinguem.
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