Alguma esquerda democrática, normalmente designada de modo simplista como "a esquerda do PS", ainda não entendeu que não conseguirá construir qualquer alternativa sólida e credível, autónoma e social-democrata, às propostas da direita e centro-direita, de PSD e CDS, ao seu domínio ideológico e político, enquanto não conseguir reduzir drasticamente a importância eleitoral de BE e PCP e não lograr autonomizar-se da influência ideológica das "frentes populares" anti-fascistas dos anos 30 do século passado. Isto significa que não pode ser algum PS a aproximar-se das posições do BE e de alguns elementos considerados menos "ortodoxos" do PCP, mas que tem de partir do PS, como um todo, a apresentação de uma linha política e ideológica, de um programa político suficientemente reformista e autónomo face à direita conservadora ou ultra-liberal para atrair muitos dos que se revêm actualmente, mesmo que apenas no voto, no radicalismo anti-capitalista e anti-europeu de "Bloco" e PCP.
Ora este Congresso Democrático das Alternativas, cujo nome ressoa demasiado a um misto de Congresso da Oposição Democrática de Aveiro (1973) e "Fórum de Porto Alegre", vai exactamente no sentido contrário, constituindo mais uma oportunidade para BE, PCP e "compagnons de route" se afirmarem politicamente e ressuscitarem o mito do velho e "relho" PBX ("partido berdadeiramente xucialista"), tão caro ao PCP e que parece tardar em morrer.
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